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16 de março de 2022

ODE À PAZ

«Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna»

Evocamos as palavras de Natália Correia, que morreu a 16 de março, cumprem-se hoje 29 anos. Evocamos a mulher lúcida e determinada, divulgando este poema cheio de luz e de esperança, como um talismã contra os dias conturbados que vivemos.  

Natália Correia, pintura de Carlos Bottelho

                    Ode à Paz

Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,
Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
                     deixa passar a Vida! 

 

 Natália Correia, Inéditos, 1985/1990




9 de dezembro de 2021

OS ÚLTIMOS 5 MINUTOS

 
 

Marc Chagall, O Relógio

Se tivéssemos mais 5 minutos,
dir-te-ia muitas coisas que não disse,
que te amava, que te adorava, que te olhava,
nos últimos 5 minutos de vida.

Se isto nunca tivesse acontecido,
ainda estaria nos teus braços?
ainda estarias feliz?
Nos últimos 5 minutos de vida.

Ninguém sabe estas respostas,
nem nunca saberão,
só um coração saberá,
e o coração será o teu.

Nos últimos 5 minutos,
eu conseguiria, eu poderia
fazer-te feliz?
Nos últimos 5 minutos de vida.

Catarina Jorge, 8.ºA

16 de novembro de 2021

A MINHA MÃE

 Prosseguimos, com gosto, a divulgação dos nossos jovens poetas.

Mãe e fliha, pintura de Will Barnet

A minha mãe era uma mistura de bondade,
alma e solidariedade.
Às vezes sentava-me na cama e ficava a pensar,
O que seria a minha vida sem ela para me amar?

Será verdade? Será mentira?
que um dia ficarei sem ela,
que ficarei sem nunca mais ver aquele sorriso doce,
que ficarei a olhar para as estrelas.

Ainda me lembro quando íamos à praia,
sentar-nos na beira do mar a cantar a nossa música favorita
Ela é o sol da minha vida, a minha luz,
que nunca se vai poder apagar.

Ela viu-me crescer,
Ensinou me a amar e a ser quem sou.
E é assim que a descrevo,
Como a mulher mais original que conheci.

Catarina Jorge, 8º A

3 de novembro de 2021

Poesia em animação

Regresso ao lar, poema de Guerra Junqueiro

Ilustrações, declamação e animação da autoria da Olívia do 8º ano.

Trabalho feito no ano passado, durante o ensino à distância.

1 de novembro de 2021

[Branco como a neve, média altura]

Tal como o poema aqui publicado no dia 11 de outubro, também este foi feito no ano passado, em resposta ao desafio de escrever um "quase soneto" à maneira de Bocage". Aqui está o retrato bem-humorado que o Dinis nos dá a ler.

Alfredo Volpi

 Branco como a neve, média altura,
Olhos castanhos e nariz pequeno,
Cabelo com caracóis cor de feno,
Feliz, bem-parecido de figura!

Pelo saber anda sempre à procura,
Gosta de ter conhecimento pleno,
(Matemática e literatura)
Para ser sempre grande e não pequeno!

Quem bem o conhece, sabe dizer
O valor que dá às suas amizades,
Amigos aos montes gosta de ter!

Eis Dinis, com algumas qualidades,
(e defeitos que ficam por saber)
Ditas têm que ser todas as verdades!

Dinis Moreira, 9ºA

11 de outubro de 2021

[Tão grande era o magro e jovem rapaz]

Este trabalho foi feito pelo José Ferreira, então no 8º ano, em resposta a um desafio de escrita criativa lançado pela professora: um quase soneto à maneira de Bocage. Bem humorado, como cumpre.

                                                       Egon Schiele, Autorretrato, 1912

Tão grande era o magro e jovem rapaz
O seu cabelo era curto e castanho
Carão é dono de um sinal estranho
De avistar a mil metros é capaz.

É amigo do amigo e não só
Raramente ou nunca anda bem vestido
Nunca se deixa levar por vencido
Bem criado por mãe, pai e avó.

Desde sempre foi amaldiçoado
Por maldita e terrível solidão
Nascido com um coração gelado.

Já não há muito mais para dizer.
Eis José, que é aquele rapazinho
Que sempre vive a vida com prazer!

José Ferreira, 9ºA

16 de junho de 2021

Lágrima de preta

O poema de António Gedeão, por Adriano Correia de Oliveira.


Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

               António Gedeão

5 de maio de 2021

Verdes são os campos

Celebrando o Dia da Língua Portuguesa, um poema de Camões por José Afonso e Uxía.


 

2 de março de 2021

A ARTE DA PERDA

Pensando nos alunos que este ano estudaram o conto George, de Maria Judite de Carvalho, publico dois poemas que estabelecem relações temáticas com esse conto. 

No primeiro, Elisabeth Bishop, poeta norte-america (1911-1979), apresenta-nos uma reflexão aparentemente ligeira sobre a aprendizagem da perda e o caminho do luto.  

O outro, de Amalia Bautista, poeta espanhola nossa contemporânea, versa sobre laços, memórias, desprendimento...

São dois poemas admiráveis e invulgares. Convido-vos a todos a lê-los e a deixarem-se surpreender.

Elisabet Bishop


                     
 UMA ARTE

A arte de perder não é difícil de se dominar;
tantas coisas parecem cheias da intenção
de se perderem que a sua perda não é uma calamidade.

Perder qualquer coisa todos os dias. Aceitar a agitação
de chaves perdidas, a hora mal passada.
A arte de perder não é difícil de se dominar.

Então procura perder mais, perder mais depressa:
lugares e nomes e para onde se tencionava
viajar. Nenhuma destas coisas trará uma calamidade.

Perdi o relógio da minha mãe. E olha! a última, ou
a penúltima, de três casas amadas desapareceu.
A arte de perder não é difícil de se dominar.

Perdi duas cidades encantadoras: E, mais vastos ainda,
reinos que possuía, dois rios, um continente.
Sinto a falta deles, mas não foi uma calamidade.

- Mesmo o perder-te (a voz trocista, um gesto
que amo) não foi diferente disso. É evidente
que a arte de perder não é muito difícil de se dominar
mesmo que nos pareça (toma nota!) uma calamidade.

Elisabeth Bishop, in Poemas de Marianne Moore e Elisabeth Bishop, tradução de Maria de Lourdes Guimarães


Amalia Bautista

 FAÇAMOS UMA LIMPEZA GERAL

Façamos uma limpeza geral,
vamos deitar fora todas as coisas
que não nos servem para nada, essas
coisas que já não usamos, as que
não prestam senão para ganhar pó,
e em que tentamos nem reparar porque
nos trazem as lembranças mais amargas,
coisas que magoam, que ocupam espaço
e nunca quisemos perto de nós.
Façamos uma limpeza geral,
ou melhor ainda, uma mudança,
deixando para trás todas as coisas
sem lhes tocarmos, sem nos sujarmos,
deixemo-las onde sempre estiveram,
vamo-nos nós embora, meu amor,
e recomecemos a acumular.
Ou vamos deitar fogo a tudo isto,
vamos ficar em paz com essa imagem
das brasas do mundo perante os olhos
e com o coração desabitado.
Amalia Bautista, in Cuéntamelo otra vez, 1999 (tradução de Mudanças & Companhia)


30 de setembro de 2020

ALMA PERDIDA

Iniciamos a vitrina deste ano com um poema da Bárbara - um soneto cuidadosamente versificado e rimado, cuja  melancolia desgarrada me fez lembrar (não sei se acertadamente) Antero de Quental.   Parabéns, Bárbara!
Fotografia de Edmund Teske,1947

No silêncio abraço a escuridão
Onde apenas se ouve uma alma soluçar
Alma de quem ficou sem chão
Alma de quem não mais sabe sonhar.

Alma em profunda opressão
De quem a vida não quer agarrar
Alma que pede ajuda, porém em vão
Alma moribunda que anda a vaguear.

A vaguear continua
Tão vulnerável e seminua
A tentar libertar-se da dor.

A vaguear pela rua
Rua que nunca foi sua
À procura de paz interior…


                     Bárbara António, 12º D

23 de setembro de 2020

O PORTUGAL FUTURO

 Um belo poema de Ruy Belo, poeta quase nosso conterrâneo, para reiniciarmos o blogue, com os votos de um excelente ano letivo.



O Portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro

Ruy Belo, in 'Homem de Palavra[s]'

25 de junho de 2020

MULHER

Maternidade, pintura de Almada Negreiros

E fechamos a nossa vitrine virtual, por este ano letivo, com um alegre poema do Martim Carvalho

Haverá palavra mais bonita,
Haverá palavra com tal louvor.
Porque a mim a palavra mulher,
Traz-me boas recordações de amor.

A mulher é um ser humano
Incrível, por dentro e por fora.
Se não fossem as mulheres,
Não estavam a ler isto agora.

Como eu costumo dizer,
Mulher é o caos mais bonito do mundo!
Porque tem um feitio complicado,
Mas seu coração não tem fundo.

São das razões mais bonitas,
Para a felicidade de um macho.
Se bem que quando eles se portam mal,
A mulher diz: “Num instante o despacho!»

Não existe carinho melhor,
Que o de uma mão meiga e ternurenta.
Essa é a da mulher,
Que tanto nos beija quanto nos atenta!

Mas se não fossem as mulheres,
O nosso mundo seria um nó.
Porque mulher começa por filha,
Depois será mãe e mais tarde avó.

Que sentimento de franqueza clara,
Nas suas caras consigo observar.
Para fazermos mulheres felizes,
Temos de ter vontade de amar.

E se o amor não chegar,
Se a mulher não ficar satisfeita,
Escrevemos-lhe um poema lindo,
E a satisfação se inteira.

Porque mulher é mulher.
Não há ser assim tão puro,
Para nós trazem cor,
E acabam por esvaziar o escuro.

Porque mulher é mulher.
Quem o disse não se enganou.
Mas com certeza quem disse esta frase,
Teve uma mulher que amou.

Cedinho já estão a pé,
Lavam-se e ficam arranjadas.
Pelo caminho chamam as crianças,
E vão fazendo as torradas.

Mas que problemas que elas têm,
Quando os “putos” não se querem levantar.
E mesmo ficando com raiva,
São seus filhos, têm de se acalmar.

Ai! Ai! que vida a sua,
Agora deixou as torradas queimar,
E o mais novo a lavar os dentes,
Ainda se conseguiu molhar.

Que correria a delas,
Mais duas torradas a fazer.
E no final daquela meia hora,
A mulher acaba por não comer!

Arranca com o carro depressa,
E deixa um no infantário.
O outro ainda é mais pequeno,
Tem de o deixar no berçário.

Entra às oito para o trabalho,
Ainda lhe falta vestir a farda.
Aí coitada da mulher,
Anda numa correria desgraçada.

Sete e cinquenta e oito ela chega,
O patrão já está a olhar!
E quando olhou para a esquerda,
Até um cão lhe tinha a ladrar.

Teve de se vestir à pressa,
Pôs a touca e toca a andar,
Coitadinha da mulher,
Nem tempo tem para se pentear.

Chega a hora do almoço,
Quando pode descansar.
Mas o malvado do patrão
As empregadas está a chamar!

Cinco e meia, acaba o serviço,
É hora de ir buscar os meninos.
E vai dizendo ao porta-luvas:
Nós conseguimos, nós conseguimos!

Chega à hora para os ir buscar,
Vá lá, até se portaram bem.
Agora vamos juntos para casa,
Porque esta mulher é minha mãe!

Chegamos todos cansados,
E com vontade de comer.
Ó mãe, arranja aí um petisco,
Faz o que te apetecer.

E a tudo o que pedimos,
A mulher nunca diz não!
Quase me esqueci de um pormenor,
Ela ainda trata do cão.

Oito da noite chega o pai,
E vem quase a relinchar.
Ainda tem a desfaçatez de dizer:
Tenho fome, quero jantar.

E só depois de tudo deitado,
Ela consegue descansar.
Caríssimos, esta mulher bonita,
Não sou capaz de não a amar.

Martim Carvalho, 8º B
17/06/2020


16 de junho de 2020

SONHAR

E voltamos com um poema da Bárbara, que nos lembra a feição ambivalente dos sonhos e nos incentiva a sonhar.


Pintura de Ángeles Santos
Sonhar é uma arte
É das mais bonitas que existe
É o nosso mundo mas à parte
É um lugar onde raramente se fica triste.

A maior parte dos nossos sonhos
São convincentes e reais
E alguns são tão bons
Que nos fazem querer mais.

Por querermos mais
Voltamos a adormecer
Sempre na esperança
De que o sonho volte a aparecer.

Acima referi que os sonhos
São um lugar onde a tristeza é rara
Mas depois vêm os pesadelos
E a nossa cabeça não para.

Os pesadelos vão sempre buscar
O pior que há em todos nós
Vão buscar todos os nossos medos
E s pensamentos de quando estamos sós.

Pensamentos que servem
Para nos entristecer
Ficamos num turbilhão de emoções
Até conseguirmos adormecer.

Pensamos que ao adormecer
Tudo vai melhorar
Mas à medida que dormimos
Vêm os pesadelos para nos atormentar.

Todos temos bons sonhos
E todos temos pesadelos
Devemos aproveitar os dois
Pois não sabemos se voltaremos a tê-los.

Sonhar é uma arte
E ter pesadelos faz parte
Por isso gosto de sonhar, 
Mesmo que nos sonhos, 
Os meus medos tenha de enfrentar.

Bárbara António, 11ºD

18 de maio de 2020

Átron Vitas

O Guilherme volta a surpreender-nos com as suas indagações poéticas e filosóficas, aqui acerca do ciclo vital - do Homem? do Universo?

Nascidos de uma colisão, 
Levaram tempo a evoluir. 
Desenvolveram-se conforme o seu ambiente, 
Multiplicaram-se e voltaram a morrer. 

Entre os seus sistemas complexos, 
Existe aquele que deu a sua imagem. 
Tantas dúvidas já foram levantas, 
Mas o transfigurado relegou o criador. 

A resposta nunca foi tao clara e tão obscura. 
Buracos que absorvem e matam, 
Como neoplasias malignas que devoram corpos. 
Talvez quando estes comerem tudo e o nada, 
O que outrora foi será outra vez. 

Estaremos talvez integrados em alguns deles, 
Ou então sozinhos, vagueando como poeira pelo vazio. 
E neste ciclo andaremos sempre aprisionados, 
Fechados num fundo negro onde a matéria é constantemente.... 

                       reciclada e reciclada. 


                                         Guilherme Pires, 12º E

1 de janeiro de 2020

RECEITA DE ANO NOVO

pintura de Reza Hedayat, artista iraniano contemporâneo

(...)
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
Cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade

16 de novembro de 2019

Rodeado de mortos

Um poema de indagação, suscitado a este nosso aluno pela sua leitura de Fernando Pessoa.
pintura de Safwan Dahoul, sem título


Sem alma, sem sentimentos,
Pobres seres que andam no espaço.
Sem qualquer tipo de intelecto,
Apenas corpos que se movem ao meu redor.

Vivos ou mortos, não sei,
Qualquer que seja o seu estado, ainda é um enigma.
Inconsciência profunda que habita cada um deles,
Abismo infinito com medo de conhecer o desconhecido.

Uns andam sobre vozes,
Outros enganados pelas mesmas.
Todos perdidos e fruto do mesmo ciclo,
Caminhando para um destino ignoto.

Talvez o problema seja eu,
Fruto de uma deficiência natural.
Amaldiçoado pelo universo,
Destinado a viver sem paz.

É triste nascer assim,
Parasita, rejeitado do mesmo.
Mas nesta condição terei de viver,
Preso a esta mente autodestrutiva.

Guilherme, 12º C

24 de junho de 2019

Uma professora



Acorda de manhã cedo
E tenta estar bem-humorada,
Mas nem sempre consegue,
Tem muito trabalho, está cansada!

Muitas vezes no dia-a-dia
Ninguém as quer ouvir,
Mas mesmo assim elas estão
O dia inteiro a sorrir!

Vêm sempre, mas sempre
Muito bem arranjadas,
Quando trabalham é a sério,
Mas também mandam suas piadas!

Eu, sendo aluno,
Nem sempre me porto bem,
Estou sempre na brincadeira
Que paciência ela tem!

Algo mal remuneradas,
Elas trabalham de mais,
Ainda têm de ouvir os alunos
A dizer coisas tão banais. 

Martim Carvalho, 7º B

21 de junho de 2019

Sexta-feira

painel de Alice Jorge e Júlio Pomar, Lisboa, 1958

Estava aqui sentado
Na mesa do professor,
Ofereci-lhe beijinhos
E uma linda flor.

Escrevi um email
Para o Dr. Anastácio.
Ele estudava matemática
E ofereceu-me um crustáceo.

Isto é tudo brincadeira,
Pois eu adoro brincar,
E que pena que eu tenho,
De ter de estudar!

"Stora", perdoe
a minha maluqueira,
Mas não se preocupe,
Que hoje é sexta-feira!

Martim Carvalho, 7º B

18 de junho de 2019

PAI

Ainda os poetas do sétimo B: três poemas escritos para o Dia do Pai.


pintura de George Tooker

Hoje é o teu dia,
Pai do meu coração,
Engraçado e extrovertido,
Teimoso e rezingão!

Doze anos de amor,
Doze anos de carinho,
Há doze anos és meu pai,
há doze anos sou teu filho.

Segui as tuas pisadas
Com o apito atrás de mim,
Tu querias João Paulo,
Mas a mãe escolheu Martim.

O meu nome não importa
Importa a nossa cumplicidade,
A nossa harmonia,
Que durará até à eternidade.

Que tenhas um dia bom
E muito especial
E eu hoje te prometo, pai,
Não mais me portar mal!

Martim Carvalho



O meu pai é o melhor do mundo.
Ele é muito brincalhão,
Brinca comigo desde pequena,
E tem um grande coração!

Sai de casa muito cedo
Para ir trabalhar
Tenho saudades dele,
Saudades de o abraçar!

Quando joga o Benfica
Não podemos brincar,
Temos de tomar atenção,
Para depois festejar!

Temos as nossas chatices,
Mas gostamos muito um do outro,
Às vezes há problemas,
Mas não vivemos um sem o outro!

Eduarda Arcanjo




Hoje é dia do pai,
Um dia especial
Parabéns a ti, pai
Por seres fenomenal

Querido pai,
O teu nome é António Semedo,
Eu sou teu filho
E tu proteges-me do meu medo.

Estarás sempre pronto,
Para me ajudar
Em tudo menos bom
Que eu venha a passar.

És o pai melhor do mundo,
Como tu não há igual,
O meu orgulho profundo,
A minha bola de cristal.

Eu posso portar-me mal
E tu podes-te zangar,
Mas por mais discussão que haja,
Nada nos vai separar.

Tem um bom dia do pai,
Que tudo te corra bem
Na vida que tens pela frente
E em tudo o que aí vem.

Por último, queria dizer-te
O meu maior desejo
Que sejamos família feliz
Para sempre! Dá-me um beijo!


Eduardo Semedo