30 de setembro de 2020

ALMA PERDIDA

Iniciamos a vitrina deste ano com um poema da Bárbara - um soneto cuidadosamente versificado e rimado, cuja  melancolia desgarrada me fez lembrar (não sei se acertadamente) Antero de Quental.   Parabéns, Bárbara!
Fotografia de Edmund Teske,1947

No silêncio abraço a escuridão
Onde apenas se ouve uma alma soluçar
Alma de quem ficou sem chão
Alma de quem não mais sabe sonhar.

Alma em profunda opressão
De quem a vida não quer agarrar
Alma que pede ajuda, porém em vão
Alma moribunda que anda a vaguear.

A vaguear continua
Tão vulnerável e seminua
A tentar libertar-se da dor.

A vaguear pela rua
Rua que nunca foi sua
À procura de paz interior…


                     Bárbara António, 12º D

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