16 de novembro de 2019

Rodeado de mortos

Um poema de indagação, suscitado a este nosso aluno pela sua leitura de Fernando Pessoa.
pintura de Safwan Dahoul, sem título


Sem alma, sem sentimentos,
Pobres seres que andam no espaço.
Sem qualquer tipo de intelecto,
Apenas corpos que se movem ao meu redor.

Vivos ou mortos, não sei,
Qualquer que seja o seu estado, ainda é um enigma.
Inconsciência profunda que habita cada um deles,
Abismo infinito com medo de conhecer o desconhecido.

Uns andam sobre vozes,
Outros enganados pelas mesmas.
Todos perdidos e fruto do mesmo ciclo,
Caminhando para um destino ignoto.

Talvez o problema seja eu,
Fruto de uma deficiência natural.
Amaldiçoado pelo universo,
Destinado a viver sem paz.

É triste nascer assim,
Parasita, rejeitado do mesmo.
Mas nesta condição terei de viver,
Preso a esta mente autodestrutiva.

Guilherme, 12º C

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