Agora que as turmas do 10º ano começam o estudo deste fascinante período da nossa literatura, publicamos um texto escrito há algum tempo, por uma aluna, e depois aperfeiçoado por toda a turma, tendo resultado na exposição que aqui podem ler.
Aos alunos fora proposto que escrevessem sobre aquilo que os poemas dos trovadores nos podem ensinar acerca da época em que foram elaborados. Aqui fica pois o texto, que talvez sirva de motivação aos alunos deste ano.
Iluminura medieval, representando o mês de outubro (Les très Riches Heures du Duc de Bérry)
O VALOR TESTEMUNHAL DA POESIA TROVADORESCA
Destacam-se, pelo seu valor testemunhal, as cantigas de amigo, que nos revelam aspetos da vida quotidiana das jovens camponesas de então: os divertimentos, como bailes e romarias; as tarefas domésticas, como ir à fonte buscar água ou lavar roupa; e, sobretudo, a sua vida amorosa, o namoro, com ou sem permissão da mãe, com um jovem da mesma classe, o amigo, com quem se relacionava de forma espontânea e sensual. Poemas como “Bailemos nós, ai amigas” ou “Porque tardaste na fontana fria” são exemplo disto.
Também as cantigas de escárnio e maldizer contêm numerosas informações sobre a época, quando criticam, por exemplo, os maus trovadores, sem originalidade, e a nobreza empobrecida e pelintra, como o infanção que não acendia o lume, pois não tinha que comer.
Em suma, a poesia trovadoresca permite-nos conhecer aspetos muito diversificados da cultura e do tempo em que foi produzida.