24 de junho de 2019
Uma professora
Acorda de manhã cedo
E tenta estar bem-humorada,
Mas nem sempre consegue,
Tem muito trabalho, está cansada!
Muitas vezes no dia-a-dia
Ninguém as quer ouvir,
Mas mesmo assim elas estão
O dia inteiro a sorrir!
Vêm sempre, mas sempre
Muito bem arranjadas,
Quando trabalham é a sério,
Mas também mandam suas piadas!
Eu, sendo aluno,
Nem sempre me porto bem,
Estou sempre na brincadeira
Que paciência ela tem!
Algo mal remuneradas,
Elas trabalham de mais,
Ainda têm de ouvir os alunos
A dizer coisas tão banais.
Martim Carvalho, 7º B
21 de junho de 2019
Sexta-feira
painel de Alice Jorge e Júlio Pomar, Lisboa, 1958
Estava aqui sentado
Na mesa do professor,
Ofereci-lhe beijinhos
E uma linda flor.
Escrevi um email
Para o Dr. Anastácio.
Ele estudava matemática
E ofereceu-me um crustáceo.
Isto é tudo brincadeira,
Pois eu adoro brincar,
E que pena que eu tenho,
De ter de estudar!
"Stora", perdoe
a minha maluqueira,
Mas não se preocupe,
Que hoje é sexta-feira!
Martim Carvalho, 7º B
18 de junho de 2019
PAI
Ainda os poetas do sétimo B: três poemas escritos para o Dia do Pai.
Hoje é o teu dia,
Pai do meu coração,
Engraçado e extrovertido,
Teimoso e rezingão!
Doze anos de amor,
Doze anos de carinho,
Há doze anos és meu pai,
há doze anos sou teu filho.
Segui as tuas pisadas
Com o apito atrás de mim,
Tu querias João Paulo,
Mas a mãe escolheu Martim.
O meu nome não importa
Importa a nossa cumplicidade,
A nossa harmonia,
Que durará até à eternidade.
Que tenhas um dia bom
E muito especial
E eu hoje te prometo, pai,
Não mais me portar mal!
Martim Carvalho
O meu pai é o melhor do mundo.
Ele é muito brincalhão,
Brinca comigo desde pequena,
E tem um grande coração!
Sai de casa muito cedo
Para ir trabalhar
Tenho saudades dele,
Saudades de o abraçar!
Quando joga o Benfica
Não podemos brincar,
Temos de tomar atenção,
Para depois festejar!
Temos as nossas chatices,
Mas gostamos muito um do outro,
Às vezes há problemas,
Mas não vivemos um sem o outro!
Eduarda Arcanjo
Hoje é dia do pai,
Um dia especial
Parabéns a ti, pai
Por seres fenomenal
Querido pai,
O teu nome é António Semedo,
Eu sou teu filho
E tu proteges-me do meu medo.
Estarás sempre pronto,
Para me ajudar
Em tudo menos bom
Que eu venha a passar.
És o pai melhor do mundo,
Como tu não há igual,
O meu orgulho profundo,
A minha bola de cristal.
Eu posso portar-me mal
E tu podes-te zangar,
Mas por mais discussão que haja,
Nada nos vai separar.
Tem um bom dia do pai,
Que tudo te corra bem
Na vida que tens pela frente
E em tudo o que aí vem.
Por último, queria dizer-te
O meu maior desejo
Que sejamos família feliz
Para sempre! Dá-me um beijo!
Eduardo Semedo
pintura de George Tooker
Hoje é o teu dia,
Pai do meu coração,
Engraçado e extrovertido,
Teimoso e rezingão!
Doze anos de amor,
Doze anos de carinho,
Há doze anos és meu pai,
há doze anos sou teu filho.
Segui as tuas pisadas
Com o apito atrás de mim,
Tu querias João Paulo,
Mas a mãe escolheu Martim.
O meu nome não importa
Importa a nossa cumplicidade,
A nossa harmonia,
Que durará até à eternidade.
Que tenhas um dia bom
E muito especial
E eu hoje te prometo, pai,
Não mais me portar mal!
Martim Carvalho
O meu pai é o melhor do mundo.
Ele é muito brincalhão,
Brinca comigo desde pequena,
E tem um grande coração!
Sai de casa muito cedo
Para ir trabalhar
Tenho saudades dele,
Saudades de o abraçar!
Quando joga o Benfica
Não podemos brincar,
Temos de tomar atenção,
Para depois festejar!
Temos as nossas chatices,
Mas gostamos muito um do outro,
Às vezes há problemas,
Mas não vivemos um sem o outro!
Eduarda Arcanjo
Hoje é dia do pai,
Um dia especial
Parabéns a ti, pai
Por seres fenomenal
Querido pai,
O teu nome é António Semedo,
Eu sou teu filho
E tu proteges-me do meu medo.
Estarás sempre pronto,
Para me ajudar
Em tudo menos bom
Que eu venha a passar.
És o pai melhor do mundo,
Como tu não há igual,
O meu orgulho profundo,
A minha bola de cristal.
Eu posso portar-me mal
E tu podes-te zangar,
Mas por mais discussão que haja,
Nada nos vai separar.
Tem um bom dia do pai,
Que tudo te corra bem
Na vida que tens pela frente
E em tudo o que aí vem.
Por último, queria dizer-te
O meu maior desejo
Que sejamos família feliz
Para sempre! Dá-me um beijo!
Eduardo Semedo
10 de junho de 2019
10 DE JUNHO
No seu dia, Camões, falando de si próprio:
154
...
Nem me falta na vida honesto estudo,
Com longa experiência misturado,
Nem engenho, que aqui vereis presente,
Cousas que juntas se acham raramente.
155
Pera servir-vos, braço às armas feito,
Pera cantar-vos, mente às Musas dada;
Só me falece ser a vós aceito,
De quem virtude deve ser prezada.
...
Os Lusíadas, Canto X
3 de junho de 2019
Aqui as duas a bailar
debaixo daquela cerejeira de encantar
e quem como nós, o cabelo soltar,
irá ao amigo agradar,
debaixo daquela cerejeira de encantar
iremos nós bailar!
Aqui as duas a seduzir
debaixo destes ramos a sorrir
e quem viver, como nós a rir,
irá ao amigo agradar,
sob estes ramos prestes a florir
iremos nós bailar!
Enquanto estivermos a dançar
debaixo destas cerejeiras a brincar
e quem como viver como nós a bailar
irá ao amigo agradar
e sob o ramo em que estamos a conversar
viremos nós bailar!
Ândria Ferreira e Marisa Paulo, 10ºD
28 de abril de 2019
Centenário de Jorge de Sena
No 25 de Abril, e no ano de seu centenário, foi apresentado o site com eventos que marcam os cem anos de Jorge de Sena, o escritor prodigioso.
7 de março de 2019
DINOSSÁURIA
Olá, eu sou o Tino, um dinossauro que, como todos
os outros, vive na Dinossáuria, o atual planeta dos dinossauros. Agora deves estar a perguntar-te: “Os dinossauros
não estavam extintos? Não houve um meteorito que acabou com eles?” Sim, na
parte do meteorito acertaste, porém, há alguns mistérios que vocês, humanos,
ainda não conseguiram explicar.
Há muitos milhões de anos, mais precisamente há 65
milhões, estava eu na cidade de Olauros, numa reunião super importante da AMED
(Associação Mundial Espacial dos Dinossauros), onde, com a ajuda dos meus
colegas, iria decidir o destino do mundo, quanto ao famoso meteorito que ia
fazer com que fôssemos extintos.
Eu sei que já nos imaginaste de inúmeras formas: a
viver do que a natureza nos dava, não sabendo sequer o que é um telefone, mas
estás muito enganado! Podes pensar que não, mas naquele tempo já conhecíamos
toda a tecnologia que vocês conhecem, ou ainda mais…
As nossas casas não eram como a tua, com telhado,
paredes, porta e janelas. Eram casas que se adaptavam aos dinossauros que lá
morassem. Imagina que eu sou um pequeno velociraptor e quero convidar um amigo
para beber chá em minha casa. Há um problema: o meu amigo é um grande tiranossauro
rex, logo, não cabe na minha casa. Foi então que o famoso Albert Dinostein, um
dino-cientista daquela época, inventou uma forma de resolver tudo: pegou numa
casa, concentrando a massa, a dividir pelo seu número de dentes, multiplicando
por 243 e adicionando geleia, acertou o volume, de modo a que ela se adaptasse ao
tamanho do dinossauro que estivesse lá dentro.
Isto
é genial, eu sei. Só para saberes, Albert Dinostein foi de facto um génio, e
ainda é, pois graças a uma poção que inventou é imortal. Passo a explicar. À
beira da morte, Dinostein tentava encontrar uma maneira de viver mais tempo e,
no meio de tantas experiências, encontrou o ingrediente que fez com que vivesse
muitos e muitos mais anos: cinzas de vulcão. Pode parecer um pouco bizarro, mas
funciona! Inclusive eu próprio tomei
aquela poção, ou não estaria hoje aqui para vos contar a história.
Se pensas que não havia carros, também estás
enganado! Eram carros como os vossos (um pouco maiores), porém não andavam a
gasóleo. Os nossos carros moviam-se a energia estelar, o que era muito bom, uma
vez que não gastávamos um balúrdio nas bombas de gasolina. E, antes que
perguntes, sim, as estrelas que vês todas as noites no céu são nada mais nada
menos que uma invenção de Daac Dewton. Cada estrela era o combustível de um carro.
Só para ficares completamente esclarecido, o Sol é uma estrela também criada por
Dewton, mas como foi a primeira, saiu defeituosa e ficou muito perto de nós, o
que acabou com a vida dos nossos amigos mercurianos, antigos habitantes de
Mercúrio.
E, se já estás impressionado, ainda há mais! Como
deves saber, na altura em que estávamos aí na Terra, havia uma grande
quantidade de vulcões em actividade, que, ao libertar cinzas, causavam alergia
aos olhos, obrigando-nos a andar sempre de óculos de sol. Dinostóteles aproveitou o facto
de todos usarmos óculos e inventou os “teledinóculos”, uma espécie de telemóvel,
mas, como o próprio nome indica, era um telemóvel nos óculos. A coincidência é
tanta, que até tínhamos a “Diri”, uma assistente pessoal parecida com a “Siri”
dos vossos iPhones. Mas chega de empatar. Já falei tanto que me esqueci de que
tu só queres saber como fui parar à Dinossáuria.
Como mencionei no início, estávamos numa reunião da
AMED, a tentar decidir o futuro do planeta Terra, até que chegámos a uma
conclusão: como a Terra é redonda, ao chocar contra ela, o meteorito iria
explodir e nós morreríamos. Não havia nada a fazer, então eu, como secretário-geral
da AMED, mandei uma mensagem para os teledinóculos de todos os dinossauros do
planeta, dizendo:
“Alerta vermelho! Estamos todos em PERIGO. Em breve
um meteorito vai chocar com o nosso planeta e poderemos todos MORRER. Mas fiquem
tranquilos, não há nada a temer. Só vos peço uma coisa: façam o que fizerem,
NÃO ENTREM EM PÂNICO.
Atenciosamente,
Sr. Dr. Tino Dino”
Dá para ver que esta não foi, nem de longe, a
melhor mensagem que mandei, mas não me arrependo de nada (já vais perceber porquê).
Graças à forma direta como mandei a mensagem, entraram todos em pânico, com
medo de morrer. Na rua só se via tudo a correr de um lado para o outro, de trás
para a frente, de frente para trás. Ouviam-se gritos de dinossauros aterrorizados
com o que ia acontecer. Enquanto isso, nós, AMED, vigiávamos o meteorito,
que cada vez se aproximava mais. Estávamos completamente às escuras, sem saber
o que fazer, e receando morrer todos… ou não. Só nos restava esperar.
A certa altura, começou a ouvir-se um barulho que
parecia as acendalhas dos nossos dinofornos, quando estoiravam. Era a hora. Daí
a alguns minutos, íamos todos morrer. Começou a avistar-se uma bola de fogo
vermelha, laranja, amarela…, de todas as cores ao mesmo tempo e, no momento em
que o meteorito chocou, fomos pelos ares. Nesta altura deves estar um pouco confuso, não é?
Se fomos pelos ares, morremos, certo? Não, quando disse “pelos ares”, foi
literalmente pelos ares, ou seja, começámos a pairar no espaço. Lembras-te de
eu te falar dos dinossauros entrarem em pânico? Pois é, o pânico foi tal, que,
de uma forma científica que ainda hoje não consigo explicar, a Terra
transfigurou-se. Sim, foi mesmo o que acabaste de ouvir. Quando o meteorito
chocou com a Terra, esta, tornada plana, permitiu que nós sobrevivêssemos, o que
em vez de acabar connosco, nos pôs a voar pelo espaço.
Estivemos assim durante dias, e, pode parecer
estranho, mas sobrevivemos sem precisar de oxigénio. Mais outra coisa
intrigante que eu não consigo explicar, flutuámos como se não houvesse amanhã,
mas uma coisa era certa: era lindo! O único barulho que se conseguia ouvir era
o dos asteróides que, todos alinhados, como se estivessem numa excursão, faziam
um barulho que parecia o som de um mamute a barrir. De lá víamos a Terra, assim
como todos os outros planetas, e o Sol, que até nem tinha sido um erro muito mau
de Daac Dewton. A certo momento, vimo-nos em cima de chão firme,
mas não era a Terra. Era um lugar diferente, o oposto da Terra. Pisávamos o céu
e avistávamos no horizonte a terra e o mar. Aqui é que podemos literalmente
dizer que andamos nas nuvens! Gostámos todos daquele lugar, tornámo-lo num lar
e demos-lhe o nome de Dinossáuria, que significa cidade dos dinossauros.
Ao longo de milhares de anos, fizemos evoluir a nossa
tecnologia, até que, há 650 mil anos, arranjámos uma maneira de, através de um
dinossatélite, vigiar a Terra que, não sei porquê, se tinha tornado outra vez
redonda. Passaram 300 mil anos, e até esse momento não vimos
vida na Terra. Um dia, ficámos espantados quando vimos pela primeira vez um
homem e uma mulher que tiveram um filho. Desde então, começámos a prestar mais
atenção à Terra. Há uns 20 mil anos, avistámos um meteorito que ia em direção à
Terra. Nessa altura, como é óbvio, vocês humanos não tinham o mínimo
conhecimento da tecnologia, então tivemos de agir. Construímos uma máquina que
foi programada para que quando o meteorito estivesse quase a abater a Terra, se
destruir em bocados muito pequenos, ficando os humanos sãos e salvos. A partir desse
dia, cada vez que um meteorito está quase a colidir com a Terra, ligamos a máquina e
salvamo-vos.
Agora já sabes, se vires nas notícias que um
meteorito vai embater na Terra, ou se te mandarem uma mensagem tão maluca como a
que eu mandei há alguns milhões de anos aos outros dinossauros, não te
preocupes que nós tratamos do assunto!
22 de fevereiro de 2019
A VISITA DE ESTUDO DO 12º A
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
E OCEANÁRIO
No contexto das disciplinas de Biologia e Matemática A,
a nossa turma realizou, no passado dia 5 de fevereiro, uma visita de estudo a
Lisboa, mais precisamente à Fundação Calouste Gulbenkian e ao Oceanário.
O primeiro local visitado foi Fundação Calouste
Gulbenkian, onde Simão Palmeirim, um dos dois estudiosos e especialistas do
painel “Começar”, da autoria do célebre Almada Negreiros, nos deu a magnífica
oportunidade de conhecer pormenorizadamente a obra. O painel, de grande
complexidade matemática e geométrica, tem um lugar de destaque na Fundação,
visto que se encontra na entrada do Edifício Sede e, na minha opinião, não
poderia estar melhor localizado.
Se a manhã tinha sido boa, a tarde foi ainda melhor.
Já no Oceanário, a visita foi dividia em duas etapas. Numa primeira fase,
realizámos, numa espécie de sala de aula, um debate mediado por um biólogo
marinho, sobre as verdades e os mitos relativamente às alterações climáticas.
Seguidamente, o biólogo guiou-nos pela exposição permanente do Oceanário, dando,
ao longo do percurso, breves explicações acerca das espécies que estávamos a
observar.
Como aluna do 12°ano
e sendo esta a minha última visita no âmbito escolar, não poderia estar mais
satisfeita. Os sítios visitados são de grande interesse cultural e, tanto eu, como,
certamente, os meus colegas aproveitámos o dia da melhor maneira.
Inês Marques, 12º A
9 de fevereiro de 2019
Pelo sonho é que vamos
Uma leitura do belo poema de Sebastião da Gama, pelo Dinis Dias.
Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e do que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos
Sebastião da Gama
No poema "O Sonho", de Sebastião da Gama, a forma verbal "vamos" refere-se a nós. Vamos todos para o mais profundo dos nossos sonhos, que são realizados dentro da nossa mente. Vamos de uma forma leve e sonhadora, voamos com a ajuda dos ventos da nossa imaginação e fé em que eles se possam realizar.
Muito mais importante do que chegar ao fim dos sonhos é sonhar, porque ao menos sonhamos e temos o gosto do que é. E a verdade é que muitas vezes não chegamos ao fim dos sonhos.
No último verso, reforça-se a ideia de que o nosso sonho é coletivo "partimos, vamos, somos". Todos no mundo sonham e, se tornarmos isto num sonho coletivo, o mundo será muito melhor.
Dinis Dias, 7º C
30 de janeiro de 2019
Bailemos as três, ai amigas
Outra bailia das alunas de Literatura Portuguesa, recriando a poesia dos trovadores medievais.
Bailemos as três, ai amigas,
Debaixo destas laranjeiras floridas.
Quem for linda como nós, lindas,
Se amigo amar,
Debaixo destas laranjeiras floridas
Virá bailar
Bailemos as três, bem ordeiras,
Debaixo deste ramo de laranjeiras.
Quem for cavaleira como nós, cavaleiras,
Se amigo amar,
Debaixo deste ramo de laranjeiras
Virá bailar
Enquanto não fazemos outra coisa, ai amigas,
Debaixo deste ramo florido, escondidas.
E quem bem parece, como nós, raparigas,
Se amigo amar
Debaixo deste ramo sob o qual há mentiras
Virá bailar.
Beatriz Jesuíno e Diana Sousa, 10ºD
16 de dezembro de 2018
7 de dezembro de 2018
TU EM MIM
pintura de Andrey Remnev |
Cercada pelo mundo,
mas sem ninguém ao pé.
Apoiada por todos,
mas sem andarilho.
No silêncio, às escuras,
há que ter fé,
caminhas sozinha sem um amigo.
Andas, cais e tropeças
entre os dedos da minha mão,
vais, quebras promessas,
desces e entras no meu coração.
Coração puro antes de ti.
Coração aberto, todo para ti.
Estragado, violado,
por ti maltratado.
Sem piedade nem dó,
deixas-me aqui,
assim tão só.
Adorada e largada,
que por ti julgava ser amada.
Ó deus dos deuses,
que traças o nosso leito,
que ditas o nosso tempo,
por ti, nós temos respeito.
Não fecheis o relógio,
deixai-o parado.
Dai-me mais tempo,
que o meu coração ainda não está sarado.
Não me cortes as asas,
dá-me esta oportunidade,
não cortes o fio de vida
e o que resta da minha dignidade.
Maria Costa, 8.º A
1 de dezembro de 2018
Bailemos nós três
Recriando a nossa poesia trovadoresca, as alunas de Literatura Portuguesa ensaiam bailias:
Por debaixo das macieiras enfeitadas
E quem for amada como nós amadas
Se amigo amar
Apenas sob estas macieiras decoradas
Virá dançar
Bailemos nós três, ai irmãs
Por debaixo do ramo destas maçãs
E quem for cristã como nós cristãs
Se amigo amar
Apenas sob estas macieiras meãs
Virá dançar
Por deus, tão engraçadas, então não fazemos nada
Por debaixo da rama esverdeada
E quem bem julgar, como se é julgada
Se amigo amar
Apenas sob esta macieira adorada
Virá dançar
Iara Boita e Maria Inês, 10º D
25 de novembro de 2018
O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS PELA COMPANHIA A BARRACA
Outra apreciação crítica do espetáculo, integrado no Books & Moovies de Alcobaça, a que os nossos alunos assistiram.
A peça “1936, Ano da Morte de Ricardo Reis”, baseada na obra homónima de José Saramago, procura ser fiel à essência do livro, mas adaptando-o ao drama de uma forma pouco vulgar.
Apesar da dificuldade deste desafio, A Barraca conseguiu, de forma excecional, tornar um romance extenso, denso e bastante pormenorizado, em algo divertido, estimulante e cativante para o público juvenil.
A forma como as personagens foram trabalhadas fez com que o público ficasse “preso às cadeiras”. Primeiramente, tornar Fernando Pessoa numa personagem cómica, ou até mesmo ridícula, contrastando com a ideia de que o poeta era um indivíduo sério e intocável, que não podia ser alvo desta irreverência, provocou imensas gargalhadas à plateia. De seguida, Ricardo Reis, com o seu ar exuberante perante as personagens femininas, com o seu ar de passeante nos momentos de deambulação pela cidade, e ainda de “criancinha”, quando Fernando Pessoa aparecia para o alertar e aconselhar, conferiu à peça uma certa leveza.
Por outro lado, a existência de um cenário permanente trouxe algumas dificuldades na separação de cenas, exigindo, assim, a quem estava a ver, uma maior atenção e alguma capacidade de perceção para conseguir entender a história de forma mais clara.
Em síntese, a peça apresentada pela companhia A Barraca revela uma faceta mais divertida do romance de Saramago, conservando alguns pormenores da obra e acrescentando fatores que permitiram ao público uma maior facilidade na compreensão do romance.
Francisco Rocha, 12.ºA
20 de novembro de 2018
UM REGRESSO INESPERADO
O Fausto, do 9º G, partilha connosco uma memória grata.
O dono do café do
Centro Recreativo Popular da Ribafria, que estava hoje à porta do café enquanto
me dirigia para o treino, lembrou-me outro, há 3 anos, nesse mesmo café.
Eu passava todos os
dias por ele e cumprimentava-o com muito gosto, era uma pessoa alta, forte,
careca e vestia-se frequentemente de azul. “Por dentro” era uma pessoa
respeitadora, simpática e humilde, tinha sempre um sorriso no rosto ao servir
as pessoas, passava por mim e perguntava-me sempre se estava bom e dizia-me para
não dar muitas caneladas nos treinos. Já não falava com ele há três anos! As
coisas mudaram desde que saiu do café e foi morar para Peniche, onde abriu a
super conhecida loja de surf, a Ripcurl.
Quando entrei no pavilhão, a surpresa veio bater-me à porta:
Paulo Machado, o antigo dono do café, estava lá sentado, a ver o treino dos
infantis. Perguntei-lhe se se lembrava de mim e respondeu-me com um aceno e um
abraço. Voltei para o bar, onde tinha estado instantes antes debruçado sobre o
jornal, pagou-me uma cerveja e uns tremoços, e contámos um ao outro o que de
bom nos tinha acontecido nestes últimos três anos.
Fausto Luís, 9.ºG
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