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7 de março de 2019

DINOSSÁURIA


Olá, eu sou o Tino, um dinossauro que, como todos os outros, vive na Dinossáuria, o atual planeta dos dinossauros. Agora deves estar a perguntar-te: “Os dinossauros não estavam extintos? Não houve um meteorito que acabou com eles?” Sim, na parte do meteorito acertaste, porém, há alguns mistérios que vocês, humanos, ainda não conseguiram explicar.

Há muitos milhões de anos, mais precisamente há 65 milhões, estava eu na cidade de Olauros, numa reunião super importante da AMED (Associação Mundial Espacial dos Dinossauros), onde, com a ajuda dos meus colegas, iria decidir o destino do mundo, quanto ao famoso meteorito que ia fazer com que fôssemos extintos.

Eu sei que já nos imaginaste de inúmeras formas: a viver do que a natureza nos dava, não sabendo sequer o que é um telefone, mas estás muito enganado! Podes pensar que não, mas naquele tempo já conhecíamos toda a tecnologia que vocês conhecem, ou ainda mais…

As nossas casas não eram como a tua, com telhado, paredes, porta e janelas. Eram casas que se adaptavam aos dinossauros que lá morassem. Imagina que eu sou um pequeno velociraptor e quero convidar um amigo para beber chá em minha casa. Há um problema: o meu amigo é um grande tiranossauro rex, logo, não cabe na minha casa. Foi então que o famoso Albert Dinostein, um dino-cientista daquela época, inventou uma forma de resolver tudo: pegou numa casa, concentrando a massa, a dividir pelo seu número de dentes, multiplicando por 243 e adicionando geleia, acertou o volume, de modo a que ela se adaptasse ao tamanho do dinossauro que estivesse lá dentro.

Isto é genial, eu sei. Só para saberes, Albert Dinostein foi de facto um génio, e ainda é, pois graças a uma poção que inventou é imortal. Passo a explicar. À beira da morte, Dinostein tentava encontrar uma maneira de viver mais tempo e, no meio de tantas experiências, encontrou o ingrediente que fez com que vivesse muitos e muitos mais anos: cinzas de vulcão. Pode parecer um pouco bizarro, mas funciona! Inclusive eu próprio tomei aquela poção, ou não estaria hoje aqui para vos contar a história.

Se pensas que não havia carros, também estás enganado! Eram carros como os vossos (um pouco maiores), porém não andavam a gasóleo. Os nossos carros moviam-se a energia estelar, o que era muito bom, uma vez que não gastávamos um balúrdio nas bombas de gasolina. E, antes que perguntes, sim, as estrelas que vês todas as noites no céu são nada mais nada menos que uma invenção de Daac Dewton. Cada estrela era o combustível de um carro. Só para ficares completamente esclarecido, o Sol é uma estrela também criada por Dewton, mas como foi a primeira, saiu defeituosa e ficou muito perto de nós, o que acabou com a vida dos nossos amigos mercurianos, antigos habitantes de Mercúrio.

E, se já estás impressionado, ainda há mais! Como deves saber, na altura em que estávamos aí na Terra, havia uma grande quantidade de vulcões em actividade, que, ao libertar cinzas, causavam alergia aos olhos, obrigando-nos a andar sempre de  óculos de sol. Dinostóteles aproveitou o facto de todos usarmos óculos e inventou os “teledinóculos”, uma espécie de telemóvel, mas, como o próprio nome indica, era um telemóvel nos óculos. A coincidência é tanta, que até tínhamos a “Diri”, uma assistente pessoal parecida com a “Siri” dos vossos iPhones. Mas chega de empatar. Já falei tanto que me esqueci de que tu só queres saber como fui parar à Dinossáuria.

Como mencionei no início, estávamos numa reunião da AMED, a tentar decidir o futuro do planeta Terra, até que chegámos a uma conclusão: como a Terra é redonda, ao chocar contra ela, o meteorito iria explodir e nós morreríamos. Não havia nada a fazer, então eu, como secretário-geral da AMED, mandei uma mensagem para os teledinóculos de todos os dinossauros do planeta, dizendo:

“Alerta vermelho! Estamos todos em PERIGO. Em breve um meteorito vai chocar com o nosso planeta e poderemos todos MORRER. Mas fiquem tranquilos, não há nada a temer. Só vos peço uma coisa: façam o que fizerem, NÃO ENTREM EM PÂNICO.
                                                                                                  Atenciosamente,
                                                                                                  Sr. Dr. Tino Dino”

Dá para ver que esta não foi, nem de longe, a melhor mensagem que mandei, mas não me arrependo de nada (já vais perceber porquê). Graças à forma direta como mandei a mensagem, entraram todos em pânico, com medo de morrer. Na rua só se via tudo a correr de um lado para o outro, de trás para a frente, de frente para trás. Ouviam-se gritos de dinossauros aterrorizados com o que ia acontecer. Enquanto isso, nós, AMED, vigiávamos o meteorito, que cada vez se aproximava mais. Estávamos completamente às escuras, sem saber o que fazer, e receando morrer todos… ou não. Só nos restava esperar.

A certa altura, começou a ouvir-se um barulho que parecia as acendalhas dos nossos dinofornos, quando estoiravam. Era a hora. Daí a alguns minutos, íamos todos morrer. Começou a avistar-se uma bola de fogo vermelha, laranja, amarela…, de todas as cores ao mesmo tempo e, no momento em que o meteorito chocou, fomos pelos ares. Nesta altura deves estar um pouco confuso, não é? Se fomos pelos ares, morremos, certo? Não, quando disse “pelos ares”, foi literalmente pelos ares, ou seja, começámos a pairar no espaço. Lembras-te de eu te falar dos dinossauros entrarem em pânico? Pois é, o pânico foi tal, que, de uma forma científica que ainda hoje não consigo explicar, a Terra transfigurou-se. Sim, foi mesmo o que acabaste de ouvir. Quando o meteorito chocou com a Terra, esta, tornada plana, permitiu que nós sobrevivêssemos, o que em vez de acabar connosco, nos pôs a voar pelo espaço.

Estivemos assim durante dias, e, pode parecer estranho, mas sobrevivemos sem precisar de oxigénio. Mais outra coisa intrigante que eu não consigo explicar, flutuámos como se não houvesse amanhã, mas uma coisa era certa: era lindo! O único barulho que se conseguia ouvir era o dos asteróides que, todos alinhados, como se estivessem numa excursão, faziam um barulho que parecia o som de um mamute a barrir. De lá víamos a Terra, assim como todos os outros planetas, e o Sol, que até nem tinha sido um erro muito mau de Daac Dewton. A certo momento, vimo-nos em cima de chão firme, mas não era a Terra. Era um lugar diferente, o oposto da Terra. Pisávamos o céu e avistávamos no horizonte a terra e o mar. Aqui é que podemos literalmente dizer que andamos nas nuvens! Gostámos todos daquele lugar, tornámo-lo num lar e demos-lhe o nome de Dinossáuria, que significa cidade dos dinossauros.

Ao longo de milhares de anos, fizemos evoluir a nossa tecnologia, até que, há 650 mil anos, arranjámos uma maneira de, através de um dinossatélite, vigiar a Terra que, não sei porquê, se tinha tornado outra vez redonda. Passaram 300 mil anos, e até esse momento não vimos vida na Terra. Um dia, ficámos espantados quando vimos pela primeira vez um homem e uma mulher que tiveram um filho. Desde então, começámos a prestar mais atenção à Terra. Há uns 20 mil anos, avistámos um meteorito que ia em direção à Terra. Nessa altura, como é óbvio, vocês humanos não tinham o mínimo conhecimento da tecnologia, então tivemos de agir. Construímos uma máquina que foi programada para que quando o meteorito estivesse quase a abater a Terra, se destruir em bocados muito pequenos, ficando os humanos sãos e salvos. A partir desse dia, cada vez que um meteorito está quase a colidir com a Terra, ligamos a máquina e salvamo-vos.

Agora já sabes, se vires nas notícias que um meteorito vai embater na Terra, ou se te mandarem uma mensagem tão maluca como a que eu mandei há alguns milhões de anos aos outros dinossauros, não te preocupes que nós tratamos do assunto! 
               
 Sofia Saturnino, 8º B