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4 de março de 2021

Lucky and Zorba - O que achei?

 Uma boa apreciação crítica, do Bruno Prudêncio, 7º ano D, acerca da versão cinematográfica do célebre romance de Luis Sepúlveda. 

  

O filme intitula-se Lucky and Zorba e foi baseado no livro História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar, de Luis Sepúlveda, escritor chileno recém-falecido, vítima de COVID-19. É um filme animado que nos ensina como a poluição prejudica e até mata os outros seres vivos.

A história é sobre Zorba, um gato grande, preto e gordo, e os seus outros amigos gatos (Sabetudo, Secretário, Collonello, Yoyo e Barlavento), que entram na aventura de cuidar e de ensinar uma gaivota recém-nascida a voar, depois de a mãe (Kengah) ficar presa em petróleo derramado por um barco. De facto, antes de morrer, a mãe gaivota faz Zorba prometer não comer o seu ovo, cuidar dele e, quando nascesse a gaivotinha, ensiná-la a voar. O filme também aborda a briga dos gatos com um grupo de ratos que queriam comer a gaivota.

  A ação passa-se em Hamburgo, sendo os lugares mais referidos no livro um museu, a casa do Zorba e a casa de um poeta que vive com a sua filha Nina e a sua lindíssima gata, Bubulina, por quem Zorba se apaixona.

  Com o tempo, o ovo que Zorba incubou eclode, e à cria é posto o nome de Lucky, que quer dizer Ditosa.

  Se compararmos o livro com o filme, as diferenças são inúmeras, nomeadamente a inclusão do pequeno gato Yoyo, que tão depressa é prestável como manifesta ciúmes, pois revela à cria que ela é um pássaro e não um gato, alterando a vida da pequena gaivota, enquanto no livro estas revelações são feitas pelos ratos. A verdade é que haverá outras diferenças que pretendo descobrir quando tiver lido o livro todo.

 Este filme de animação, de uma hora e pouco, é digno de ser visto, pois de uma forma mais ou menos subtil trata temas muito atuais:  a poluição marítima, a importância da amizade, da comunicação, do conhecimento e do respeito pelo conhecimento dos mais velhos, de experiência feito!

Em todo o caso, o que achei? Fabuloso, mas já agora leiam o livro também!

Bruno Prudêncio, 7D

20 de junho de 2020

Um texto da Catarina Henriques, acerca d' Os Maias, que já foi também publicado no blogue da Biblioteca.
Pintura de Renoir, Baile no Moulin de la Galette
A ação d’ Os Maias passa-se na segunda metade do século XIX e apresenta-nos a história de três gerações da família Maia. Carlos Eduardo da Maia, um belo homem, física e intelectualmente, é a personagem principal do romance.

Assim sendo, todos os espaços estão relacionados com esta personagem, desde Santa Olávia até Coimbra, a Lisboa, ao seu consultório e a outros locais que frequenta, passando por Sintra e terminando em Paris, onde passa a residir no final da narrativa.

A infância de Carlos decorre em Santa Olávia, um espaço conotado muito positivamente. É o símbolo da vida e o refúgio em momentos difíceis. Já Coimbra é o local dos estudos de Carlos, do seu contacto com as novas ideias filosóficas e científicas, e o símbolo da boémia estudantil e da amizade. Sintra, por sua vez, onde procura a amada, representa a beleza paradisíaca e os encontros amorosos, mais ou menos clandestinos, da alta burguesia da época.

A vida profissional e social de Carlos passa-se em Lisboa. A cidade representa então a idade adulta e o convívio, sendo o palco dos seus amores e da desgraça da sua família. O Ramalhete, a casa onde reside com o avô, representa as expetativas, os sonhos, os sucessos, mas também a catástrofe que precipita a decadência familiar. Por sua vez, o consultório é o símbolo do diletantismo de Carlos e da sua geração. Representa os seus projetos e o posterior falhanço profissional.

É na Toca, uma quinta discreta nos Olivais, que Carlos vive a sua curta história de amor com Maria Eduarda, sendo a sensualidade de ambos simbolizada por este espaço. É também aqui, ao nível da descrição do espaço, que se encontram várias evidências que pressagiam o destino trágico do casal.

Por fim, ao longo de toda a obra, o estrangeiro surge como símbolo de cultura, de requinte e da educação superior de Carlos, mas também como um recurso para fugir aos problemas e complicações. Assim, depois do incesto e da morte do avô, é em Paris que Carlos da Maia se refugia.

Concluindo, podemos afirmar que o espaço é uma categoria central neste romance.



Catarina Henriques, 11ºA

12 de junho de 2020

A minha viagem à Turquia

Um testemunho do Diogo Mateus, aluno do 9º H 


Eram 11h20min, de domingo, dia 3 de fevereiro, e eu estava no avião, prestes a descolar rumo à Turquia, onde cheguei às 19h10min de lá, ou seja, às 16h10min de Portugal. A viagem realizou-se no âmbito do projeto «Erasmus + Eco-Friendly Robotics for a Future Green World». 

Às 22h, apanhei outro avião que me levou para Izmir, onde se situa Salihli, região da outra escola participante neste projeto. Nestas duas viagens, tive a oportunidade de ver filmes e de jogar jogos no ecrã do banco da minha frente. Depois de sair do aeroporto, fui de autocarro para o hotel, onde se alojaram todos os professores e alunos (à exceção dos turcos) que participaram no projeto. 

Como passei o primeiro dia em viagens, só no segundo dia é que começaram as atividades. Segunda, quarta e sexta-feira foram dias de visitas turísticas. Visitei várias ruínas romanas, a casa da Virgem Maria, a vila de Şirince (parecida com Óbidos) e as lagoas de sal. Adorei! Era tudo espantoso! A terça e a quinta-feira foram dias dedicados à robótica – aprendemos a programar o "M-bot". Não achei muito difícil, pois no clube de robótica da escola já tinha programado de forma parecida. Mas foi uma boa experiência porque todos os alunos foram divididos em grupos com diferentes nacionalidades, logo, tive de pôr em prática o meu inglês, para conseguir comunicar. 

Todos os dias, antes de ir jantar, desfrutei da piscina interior (estava a 40ºC!) e do SPA do hotel, ambos ótimos! Algumas vezes também me diverti no salão de jogos. Depois de jantar reunia-me a todos os outros para jogar às cartas e conviver, como aconteceu na terça-feira à noite, na "noite cultural", tendo havido uma amostra de coisas típicas dos vários países. 

Mas na quinta-feira à noite foi diferente, pois enquanto jogava às cartas, começou a nevar! Corri, juntamente com todos os outros, para a rua, só para ver a neve! Foi a primeira vez que vi e toquei em neve, excluindo a vez em que ainda era bebé. No dia seguinte, logo de manhã, fui rapidamente lá para fora e comecei a fazer bolas de neve para atirar. A neve era mesmo FRIA! 

No sábado de manhã fui para Istanbul, onde passei o meu último dia de viagem, em visita a monumentos como a Mesquita Azul e a Basílica de Santa Sofia. 

O domingo foi outro dia de viagens de avião, mas isso não mudou nem um pouco a minha opinião sobre a ida à Turquia, continuo a achar que foi uma única e inacreditável viagem! 

Diogo Mateus, 9ºH

9 de fevereiro de 2019

Pelo sonho é que vamos

Uma leitura do belo poema de Sebastião da Gama, pelo Dinis Dias.


Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos,
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e do que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos

Sebastião da Gama



No poema "O Sonho", de Sebastião da Gama, a forma verbal "vamos" refere-se a nós. Vamos todos para o mais profundo dos nossos sonhos, que são realizados dentro da nossa mente. Vamos de uma forma leve e sonhadora, voamos com a ajuda dos ventos da nossa imaginação e fé em que eles se possam realizar. 

Muito mais importante do que chegar ao fim dos sonhos é sonhar, porque ao menos sonhamos e temos o gosto do que é. E a verdade é que muitas vezes não chegamos ao fim dos sonhos.

No último verso, reforça-se a ideia de que o nosso sonho é coletivo "partimos, vamos, somos". Todos no mundo sonham e, se tornarmos isto num sonho coletivo, o mundo será muito melhor.

                                                                       Dinis Dias, 7º C


5 de novembro de 2018

É importante

Uma crónica da Maria Costa, do 8ºA. Ora leiam, que vale a pena. 


Ao que parece, vou ter de fazer outro texto livre! Escrevê-lo e rezar para que a nota não seja muito má.

Neste texto, decidi escrever sobre uma coisa que nunca me passou pela cabeça que pudesse ser importante na minha vida. Estou a falar das obras, por mim já consideradas património sagrado, que misteriosamente aparecem escritas nas portas das casas de banho.

Começando pelo início, tenho algumas dúvidas, pois, verdade seja dita, eu nunca vi ninguém escrever o que lá está. Também não sei como é que uma pessoa foi capaz de chegar à conclusão de que era boa ideia agarrar num corretor ou numa caneta, pedir à professora para ir à casa de banho e começar a desenhar aquelas figuras. Pois, para além de ser um desperdício, quer de caneta quer de corretor, não entendo como uma pessoa, no tempo de uma simples ida à casa de banho, consegue desenhar coisas como as que lá estão: desenhos animados, animes japoneses, todos cheios de pormenores detalhadamente representados através de cada pinga de tinta derramada na porta.

Muitas vezes, embora vistas como uma forma de vandalismo, as frases escritas nas portas servem como entretenimento, uma vez que na escola não temos aqueles famosos rótulos de shampoos e géis para ler.

Existem três tipos de frases e de pessoas que as escrevem. Existem, por exemplo, as frases interrogativas, feitas por pessoas que esperam que alguém tão estranho como elas lhes responda; as frases afirmativas, sem nada de mais, deixadas lá por pessoas normais; e, por fim, as frases inspiradoras com que muitas vezes nos identificamos e levamos como conselho.

Fora do patamar das frases e perguntas, existem ainda os desenhos, que também têm a sua variedade. Esta variedade vai desde os desenhos simples, passando pelos animes e animações japonesas, até às figuras fofas de bochechas grandes e até mesmo aos smiles. É aqui que surge a minha maior dúvida: “estas pessoas não mereciam um prémio?”. É óbvio que estou a brincar, mas não podemos negar que a cabeça destas pessoas está cheia de ideias e imaginação.

Estes exemplares de arte podem ser encontrados em qualquer parte, basta olhar com atenção, porém, os lugares mais comuns são as portas das casas de banho e os bancos. Nos bancos, por outro lado, já é mais comum encontrar outro tipo de frases, como declarações de amor ou até mesmo simples frases onde é deixado bem explícito que a turma de quem a escreveu é a melhor da escola.

A minha opinião sobre estas obras de arte é que são, nada mais nada menos, que trabalhos de elfos mágicos que só aparecem na escola depois de ela fechar, assim se explica o porquê de nunca ninguém ver quem escreve e desenha as artes da porta. Eles certamente andam sempre com uma bolsinha onde transportam a caneta e o corretor de tinta, invisível aos olhos das funcionárias, pois não acho possível que, estando lá há tanto tempo, nunca as tenham tentado tirar.

Fora isto, o que realmente mais me espanta é que certas frases foram claramente escritas por seres do sexo masculino e, uma vez que a sua entrada nos sanitários femininos é proibida, não percebo como foram lá parar.

   Mas bem, a minha conclusão quanto a estes pequenos atos de vandalismo é a de que, embora sejam uma forma de vandalizar a escola, também trazem consigo uma história e, por vezes, sabedoria. Por isso, sim, considero estas “coisas” umas “coisas” bastante importantes!

Maria Costa, 8.º A

24 de outubro de 2018

A ESCOLA IDEAL


A Margarida, aluna do nono ano, deixa-nos a sua opinião acerca da escola que, do seu ponto de vista, seria a ideal.
Manuel Amado, O jardim encantado, óleo sobre tela, 1999

O que é a escola ideal? Existe? Poderá vir a existir?

A meu ver, a escola ideal seria um pouco diferente das escolas atuais.

Mas ao contrário das muitas opiniões que se encontram nas redes sociais, eu não considero que todos os métodos de ensino atuais devam ser abandonados e substituídos por opções mais "atrativas". Apesar de o interesse do aluno poder ser um fator muito influente na sua aprendizagem, as mentes jovens também necessitam de disciplina, pois só assim conseguirão preparar-se verdadeiramente para o seu futuro, como bons trabalhadores e, acima de tudo, como bons cidadãos, para conseguirem viver em comunidade, numa sociedade onde tem de haver regras.

 Contudo, penso que algumas escolhas deveriam ser do direito dos alunos, de maneira a que houvesse um equilíbrio entre os conteúdos da(s) disciplina(s) e a vontade do aluno, para que que ele tivesse mais vontade de estudar e de alcançar os seus objetivos, durante e após o seu percurso escolar.

Portanto, bastava esta pequena diferença nas escolas, atualmente.

                         Margarida Jorge, 9ºA

6 de junho de 2018

A ESCRITA


Atualmente, a escrita está presente na vida de todas as pessoas, crianças e adultos, ao contrário de antigamente. Em séculos passados, nem todos tinham a possibilidade de aprender a escrever. Mas, vejam só, a escrita teve sempre (e continua a ter!) um papel muito importante na Humanidade. 

Primeiramente, a escrita é uma arte. E desde há muito tempo que a utilizamos para diversas atividades e de diversos modos. Por exemplo, nos Descobrimentos, os mensageiros dos reis enviavam os seus recados escritos à mão, em papéis especiais, ou seja, a escrita tinha já um papel importante na altura. 

Em segundo lugar, a escrita permite-nos comunicar com pessoas que não estão próximas. Hoje, as pessoas que mais a utilizam, na tecnologia, são os jovens. Claro, não só, até os mais velhos começaram a interessar-se pela escrita online

Em relação ao uso diário, a “vida real” da escrita, posso dizer que é muito utilizada nas escolas, pelos alunos e professores (sem ela, sinceramente, não saberia como estudar); em empresas; no singelo envio de um currículo, na árdua produção de um relatório; e em muitos outras situações, fazendo com que tenha cada vez mais importância. 

Concluindo, não poderíamos viver sem a escrita. Sem ela, com certeza não faríamos a maioria das coisas que fazemos hoje. 

Camila Ferreira,  9ºE   


14 de março de 2018

Amor de Perdição - uma apreciação crítica

Simão no seu leito de morte, velado por Mariana (do filme de Manuel de Oliveira, 1978)


“Amor de Perdição” é um dos melhores exemplares do Romantismo literário português. Escrito nos finais do século XIX, e apesar de pertencer à corrente literária romântica, apresenta também alguns aspetos do Realismo, como a crítica à sociedade da época. 

Na novela, o narrador apresenta-nos a história de Simão Botelho e Teresa Albuquerque, filhos de famílias inimigas. Logo no início, o narrador-autor faz uma excelente síntese da intriga, numa só frase: «Amou, perdeu-se e morreu amando». De facto, os três protagonistas começam por amar, acabam por se perder devido a esse amor, abandonando toda a esperança, e, por fim, todos eles morrem, amando tanto como em vida. 

Esta é uma obra excecional, que nos mostra de forma exemplar aquilo que é o amor-paixão. Mariana, na minha opinião, é a personagem mais pura da obra, uma vez que abdica de tudo, da sua felicidade, inclusive, por Simão e pelo amor que sente por ele, apesar de esse amor não ser correspondido. 

Em suma, é uma obra apaixonante e viva, de leitura não muito difícil, e que mostra o que é o amor levado ao extremo. Um excelente romance, com heróis sensacionais. 

Inês Santos Fialho, 11ºA

16 de março de 2017

Um Herói

O Duarte Afonso traz-nos uma reflexão acerca de heróis, ídolos, celebridades. Será tudo a mesma coisa?


Um herói é muito mais do que um ídolo. Um herói supõe, a meu ver, que faça algo grandioso pela sociedade ou que, de alguma forma, contribua para o desenvolvimento da história mundial.

Primeiramente, gostava de referir que eu, como qualquer pessoa, tenho ídolos, referências. Fico bastante feliz quando vejo o “nosso” Ronaldo a marcar um golo ou a ganhar um prémio, da mesma forma que acho graça quando ouço o cómico Ricardo Araújo Pereira a falar nas manhãs da Comercial. Fico simplesmente contente, e isso é algo saudável. É bom termos exemplos a seguir, mas que não ultrapassem os limites.

Em segundo lugar, é notório que as novas tecnologias contribuem para o surgimento de celebridades, que facilmente se transformam em ídolos. Porém, há sempre aquelas pessoas que seguem os seus ídolos cegamente. Por exemplo, se num dia uma celebridade disser algo que soe bem ao ouvido, muitas serão as pessoas que, contagiadas, dirão essa mesma expressão, sem saber porque o estão a fazer.

Por último, creio que esta ideia também não é completamente válida, ou seja, um herói não é necessariamente um ídolo, pois muitos foram os heróis que não tiveram o devido reconhecimento.

Em suma, a noção de herói é diferente da de ídolo. É bom que todos tenham referências, mas que as sigam de forma saudável.

Duarte Afonso, 9ºB

1 de março de 2017

Heróis versus heróis

Um interessante texto do José Tobio, que avalia o mundo contemporâneo com espírito  crítico.

Fama (Dresden)
Na era dos Descobrimentos havia muitos heróis. Gente na esperança de encontrar ilhas ou terras, gente que olhava para a morte e se ria. Agora há quem chame herói a alguém que só faz figura de parvo!

É verdade que ainda existem heróis na nossa sociedade, mas comparados com os do passado são praticamente nada. Pessoas como Neil Armstrong, Usain Bolt ou Stephen Hawking são heróis, pois fizeram ou fazem coisas extraordinárias, dignas de memória, embora, provavelmente, não sejam comparadas às dos heróis do passado. Mas alteraram, cada um na sua área, o mundo. 

Há quem considere pessoas como o Cristiano Ronaldo ou o Justin Bieber heróis, uns entendo, outros não! Dizer que este é "o meu herói" porque lançou uma música “fixe” ou porque fez um vídeo popular no “youtube” não é estranho, é, no mínimo, absurdo!

Hoje, qualquer pessoa que seja considerada celebridade é um herói. Até podem ser racistas, homofóbicas, mas vai haver sempre alguém a dizer que quer ser como ele. Vá-se lá perceber! 

Comparo a minha geração a um íman, porque se algo ficar popular, nós vamos pegar-nos a isso e vamos vê-lo, ouvi-lo ou fazê-lo vezes sem conta!

Acredito que atualmente ainda existem heróis. Contudo, a sensação que tenho é que os que fazem coisas engraçadas ou os que fazem figura de parvos são mais facilmente lembrados. Felizmente, e alegra-me pensar assim, não como os que Camões define como aqueles que “se vão da lei da morte libertando”, pois “os parvos” serão tão breves como um fósforo, cuja chama é efémera.

José Tobio, 9B

12 de dezembro de 2016

DA FELICIDADE

Quarteto Feliz (1901), pintura de Henri Rousseau
Uma bela reflexão acerca da felicidade - e de lugares comuns com ela relacionados - desencadeada pela leitura de alguns poemas de Fernando Pessoa.

Em várias ocasiões ouço pessoas a aconselhar os mais novos a aproveitar a juventude, já que neste período da nossa vida não temos grandes preocupações e dispomos, de certa forma, de mais liberdade. Em suma, somos mais felizes. Mas poderemos assumir que uma posição tão universal está realmente correta, particularmente quando tem um carácter aparentemente tão subjectivo? Convido-vos a juntarem-se a mim para analisarmos melhor esta questão.

Apesar da maneira como fiz a pergunta, dando uma sensação de mistério, estou certo de que muitas pessoas não hesitariam em responder que sim, é a sua opinião superficial que interessa, sem tentarem sequer fazer uma análise mais profunda. Infelizmente, é assim o mundo em que vivemos. No entanto, reparemos que utilizei o advérbio “aparentemente”, em relação ao carácter subjectivo que referi, com uma boa razão, e não apenas para denunciar a falta de sentido crítico das pessoas. Acredito que podemos mostrar que talvez não seja tão óbvia a distinção da juventude como a etapa mais feliz que vivemos. Como? Comecemos então por definir “felicidade”, ou pelo menos fazer uma tentativa.

É fácil perceber que uma pessoa está feliz se estiver satisfeita, ou mesmo a divertir-se. Até aqui, a juventude continua bastante apelativa, mas julgo que não podemos limitar a felicidade a isto, pois tem uma complexidade muito superior. Posso afirmar com um grande nível de confiança que a nossa capacidade de nos sentirmos felizes está directamente relacionada com o nosso desenvolvimento cognitivo, ou, usando outro termo, com a nossa racionalidade. É aqui que podemos reverter a situação, dado que as crianças, de facto, mais facilmente se encontram divertidas e despreocupadas, mas, por outro lado, não lidam com emoções tão fortes como as pessoas completamente desenvolvidas, podendo ser uma delas a própria felicidade. 

Podemos verificar a nossa teoria levando-a a um extremo, com o exemplo dos insectos. São seres com um desenvolvimento cognitivo mínimo e, por conseguinte, não são emocionalmente afectados como nós, humanos. Pelo menos, tanto quanto sabemos, nunca nenhum dos saltos dos gafanhotos foi causado pelo facto de o sujeito se encontrar feliz. Mesmo no caso dos gatos, é difícil estarem satisfeitos com algo que o seu instinto não deseje.

Podemos então concluir que mesmo algo como a felicidade pessoal não é assim tão subjetiva. Aliás, a nossa pessoa pode mudar tanto que se torna difícil relacionar estes sentimentos ao longo do tempo. Talvez a inveja de Pessoa afinal não tenha um bom fundamento…
Alexandre Pinho, 12.º B

24 de maio de 2016

A LIBERDADE NOS ANIMAIS


fotografia de Hiroki Inoue
Na minha opinião, todos nós temos algum instinto de liberdade, uns mais do que outros, é certo, pois, por vezes, habituamo-nos ao nosso ninho e não queremos sair de lá. O mesmo se passa com os animais, principalmente os selvagens e, nisso, eu concordo plenamente.

Penso que, mesmo nos animais domésticos, esse desejo de ser livre está presente. Aliás, estou certo de que todos os animais gostam de sair à rua, de passear, nem que seja em liberdade “condicional”. Claro que neste caso falo daqueles animais domésticos que “vivem” em casa com os donos e não dos que estão “aprisionados” a uma corrente, no exterior. Por exemplo, uma vez tive um gato que vivia em minha casa, a nossa relação parecia bem encaminhada, até que um dia se foi embora e aí entendi esse tal desejo de liberdade.

Já nos animais selvagens a história é outra. Que “bicho” desses não gosta de vaguear pelas ruas ou pelo mato ou por tantos outros habitats, livremente, a tratar da sua sobrevivência?! Estou plenamente convencido que assim é e que os animais necessitam da liberdade, como nós também a necessitamos.


Concluindo, os animais precisam de liberdade, pelo menos grande parte, porque alguns habituaram-se a viver sossegados com os donos. Mas mesmo assim o instinto de liberdade abrange todos os animais.

Duarte Gabriel Afonso, 8º B

3 de abril de 2016

O discurso gentil

Amantes ao luar - pintura de Chagall
Será que os jovens enamorados dos nossos dias ainda utilizam o discurso gentil, como no tempo de Camões?

No tempo de Camões, no século XVI, os nobres usavam palavras belas para escrever bonitos poemas às suas amadas damas. Mas, no século XXI, não ouvimos nenhum rapaz a ler poemas a uma rapariga. Como se diz hoje, isso está fora de moda. Ao invés de compor ou dizer poemas, utiliza-se o computador e o telemóvel para enviar mensagens românticas e até mesmo imagens. Para além disso, as pessoas cada vez têm mais vergonha de estar em público e de se expor, daí também o não recorrerem tanto aos poemas.

Em suma, os jovens de hoje continuam a utilizar o discurso gentil e as palavras belas, mas de maneira mais discreta.

Diogo Custóias, 10º I, Curso Profissional de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva

24 de fevereiro de 2016

A liberdade dos animais

Namíbia, fotografia de Terry Allen
Liberdade é uma palavra que as pessoas utilizam para mostrar que são livres ou que têm uma vida melhor. Pessoalmente, quando penso nesta palavra, lembro-me do 25 de abril, ainda que não o tenha vivido, pois nem existia. Mas este texto não é sobre a liberdade do ser humano, é sobre a liberdade dos animais. 

Os animais podem viver nas nossas casas, em jardins zoológicos, ou na selva. Um animal que vive numa casa, como um cão ou um gato, é livre, mas se parte qualquer coisa, a liberdade é-lhe limitada, imediatamente! 

Penso que se falamos da liberdade dos animais e, especialmente, dos que vivem numa casa, então existem uns que não são livres - os pássaros. Por exemplo, os papagaios. Coloridos e fofinhos, são obrigados a beber e a comer o que nós lhes damos, tendo, como única coisa para se “divertirem”, o baloiço da sua gaiola.

Jardins zoológicos. Na verdade, aqui nunca se vê um animal livre. Um sítio cheio de gente só para ver macacos a comer amendoins! Golfinhos amestrados! Elefantes que tocam a sineta. Leões espalhados por um recinto! Verdade, verdadinha, estes animais são obrigados a fazer uma série de coisas para um público. Liberdade?!

Agora vamos falar do único sítio onde a liberdade é perfeita para os animais, a selva. Aqui, a cobra pode ser amiga do leão, o leão pode comer a zebra, a zebra conhecer um hipopótamo... Claro que é só aparecer um caçador e a vida deles é arruinada. Lá se vai a liberdade!

Portanto, quando se fala de liberdade animal, a selva é (talvez!) o único sítio onde os animais são livres. Claro que há a quinta, mas, por favor, não me digam que tirar o leite da vaca é algo com o qual esta não se importa.

Seja como for, liberdade animal, afinal, não existe! 

José Tobio, 8ºB

27 de janeiro de 2016

A exploração humana



fotografia de Josh Adamski
Ao longo dos tempos, verificamos que as relações entre os Homens nem sempre foram pacíficas. Um dos motivos é a exploração do Homem pelo Homem. Há várias situações no mundo que mostram que o Homem explora o seu semelhante.
Em primeiro lugar, a procura cega do enriquecimento fácil faz com que o Homem não olhe a meios para atingir os seus fins, servindo-se de outros que considera mais fracos. A escravatura dos negros e dos índios foi uma consequência da ganância humana. Mais recentemente, jovens, que procuram uma vida melhor noutros países, são reduzidas também à condição de escravas sexuais pelo tráfico humano.
Em segundo lugar, a megalomania e o desejo de conquista do poder sobre os outros fazem com que alguns reis e “pequenos ditadores” retirem a dignidade humana àqueles que consideram inferiores. A colonização da América do Sul através da escravatura e dizimação de povos como os Astecas e os Maias é uma das situações que prova a exploração humana. Por outro lado, o que Hitler fez aos judeus, aos ciganos e aos homossexuais e a outras minorias deveu-se, não só aos preconceitos raciais, mas também à sua mania de grandeza e de conquista do mundo, pois os judeus eram um povo muito rico e inteligente.
Em suma, desde sempre houve situações de exploração humana. No entanto, cabe a cada um de nós adotar uma atitude de respeito pelo outro para que possamos construir um mundo melhor.
        
Leonor Solla, 9º E

18 de janeiro de 2016

Os jovens e a publicidade


A publicidade está muito presente na vida das pessoas, principalmente na dos jovens.
A publicidade que eles mais consomem é a do álcool, que influencia as atitudes dos mais novos, enganando-os, mostrando-lhes que beber é muito divertido, pois nos anúncios aparecem sempre pessoas a rir enquanto bebem, e só no fim é que surge a frase importante: beba com moderação. 
Anúncios a marcas de sapatilhas, como Vans, Nike, Timberland, e também de roupa, são muito apreciados pelos adolescentes, pois, na sua opinião, quem não usar coisas de marca não é popular, por isso interessam-se muito pelas marcas.
Normalmente, as pessoas que aparecem nos anúncios nunca são gordas, têm o rosto delicado, e isso também influencia os jovens, levando-os a querer aquele produto e a desejarem ser como aquelas pessoas.
Concluindo, os adolescentes são facilmente influenciados pela publicidade, e, ao usarem os produtos publicitados, ainda estão a fazer publicidade grátis às marcas.

Miguel Luís, 10.º E

11 de dezembro de 2015

Cada tempo com seu uso

Os amantes (1923), pintura de Picasso
O amor é um dos sentimentos mais fortes no ser humano. Ao longo da História, o homem e a mulher sempre se sentiram atraídos um pelo outro, o que faz parte da nossa natureza. Porém, a forma de expressar essa atração, de conquistar o outro, tem vindo a mudar ao longo dos tempos.


Na época medieval, os rapazes tinham de conquistar as donzelas e de provar o seu amor, enquanto nos dias de hoje o rapaz já não diz tantas coisas bonitas, já não luta pela rapariga, já não procura tanto um relacionamento sério.

Atualmente, o encontro entre uma rapariga e um rapaz ocorre com mais liberdade, não tem de ser necessariamente às escondidas, como acontecia na Idade Média, em que as rapariguinhas tentavam arranjar desculpas, e aproveitavam todas as ocasiões para seduzir e ver o amado, sem que mais ninguém soubesse.

No entanto, apesar de tantas diferenças, os sentimentos das donzelas daquele tempo e das raparigas de hoje são semelhantes. A donzela apaixonada sentia-se feliz, confiava no amado e era muitas vezes cega aos seus defeitos, por piores que fossem, tal como ainda hoje acontece com algumas raparigas.

Conclui-se assim que o relacionamento amoroso entre os jovens mudou ao longo dos tempos, porém o que sentimos quando estamos apaixonados é semelhante. 

Rafaela Boita, 10º E

30 de novembro de 2015

A Divina Comédia

Embora o nome desta obra me fosse familiar, não sabia ao certo de que tratava, nem muito sobre a vida do seu autor. Não sabia muito, portanto, do que me esperava, ou o que esperar. Felizmente, fui surpreendida pela positiva por este clássico da literatura italiana e mundial. Uma das coisas que me cativou foi o primeiro terceto da obra, pela beleza simbólica que apresenta:

«No meio do caminho da nossa vida,
encontrei-me numa selva escura,
pois tinha-me desviado do caminho certo.»

ilustração de Gustave Doré

Admitindo ter-se desviado do caminho certo, tendo, portanto, sucumbido ao pecado, Dante encontra-se  perdido numa selva escura, da qual só sairá quando tiver atravessado o Inferno.

Também os animais que lhe aparecem logo no início da jornada - o leopardo, o leão e a loba faminta - carregados de simbolismo, o assustam e lhe dificultam a travessia. Mas Virgílio, o poeta latino, guiá-lo-á nesta viagem pelo mundo infernal.
ilustração de William Blake
A escolha deste poeta, que o inspirava e que considerava seu mestre, e, mais tarde, da sua amado Beatriz, descrita como um anjo, permitem-nos concluir que Dante valorizava a cultura clássica greco-latina e que quis fazer uma homenagem à mulher que amou, tendo esta então já falecido.

Ao descrever detalhadamente os nove círculos do Inferno, os pecados que condenaram as almas (incluindo aqui algumas pessoas da sua época), os castigos que estas sofrem e todo o ambiente infernal, Dante expõe a sua hierarquia dos pecados, apresentando a traição como o mais grave de todos.

Em suma, trata-se de uma alegoria ricamente escrita, que nos mostra a visão que Dante tinha da sua época e do seu mundo.

Catarina Correia, 12º D

21 de novembro de 2015

Segundo Agustina Bessa-Luís, “a aparência tomou conta da vida privada das pessoas, não importando se elas têm uma existência vã, desde que ostentem os bens que a publicidade difunde e a sociedade de consumo valoriza”. 

No último século, e principalmente neste em que vivemos, isto é cada vez mais evidente. Hoje, valorizam-se mais os bens do que as pessoas. A ostentação do que possuímos serve como uma armadura que nos protege contra os outros. Que nos protege de nós próprios, porque, de certa forma, estamos tão escondidos dentro de nós, que já nem nos conhecemos.

A sociedade de consumo parece querer destruir-nos, ao apresentar-nos constantemente produtos que nos fazem acreditar que precisamos deles para termos uma existência significativa.

Mas não teríamos uma existência menos vã se não tivéssemos “nada”? Se aprendêssemos a valorizar o pouco que temos? Isso faria de nós pessoas mais humildes, mais humanas. Faria de nós pessoas reais, apreciaríamos mais o que nos rodeia – o ar que respiramos, as árvores que ainda restam. E não estaríamos tão absorvidos em nós-mesmos, nem dominados pelos objetos que comprámos apenas para os mostrar ao mundo. 

Margarida Ramalho 11ºA

28 de outubro de 2015

OS DEFEITOS DA PERFEIÇÃO

fotografia de Angel Nenov
Hoje, onde quer que estejamos, somos bombardeados com o estereótipo de uma aparência idílica. Seja em casa, a ver televisão, seja a passear pela rua, há sempre algum anúncio ou cartaz a promover essa tal perfeição, convencendo-nos de que atingi-la é mais importante do que tudo o resto.

Pessoalmente, embora seja contra tentarmos moldar o nosso exterior à medida do consensual, acho que não há uma pessoa no mundo moderno que não seja afetada pelos patrões inatingíveis da sociedade. Somos “programados” desde crianças pela noção de perfeição, muitas vezes relacionada, na publicidade, com a felicidade, e fazemos de tudo para que os outros nos aceitem, de nenhuma maneira afetando a perspetiva que temos sobre nós próprios. Aliás, a noção de próprio foi completamente despedaçada, pois o que pensamos já não importa, se comprarmos a loção para a cara do anúncio daquela mulher lindíssima e os sapatos mais desconfortáveis do mundo, “perfeitos para qualquer ocasião”.

Se repararmos, a perfeição é ela própria um produto, que todas as empresas parecem conseguir vender a preços exorbitantes. Por isso é que temos de rejeitar estas ideias erradas e superficiais que nos afetam a todos, e nunca positivamente.

Para provar que a perfeição e a felicidade não estão relacionadas, basta olharmos à nossa volta. Há pessoas gordas felizes, mulheres que se sentem bem consigo próprias mesmo sem maquilhagem, homens sem corpos esculpidos à medida de deuses gregos que usam mais os músculos do que os modelos das revistas. Afinal, os músculos mais importantes são os que provocam um sorriso.

Resumindo, Agustina Bessa-Luís tinha razão, quando disse que a aparência tomou conta da vida das pessoas, não importando se elas têm uma existência vã, desde que ostentem os bens que a publicidade difunde e a sociedade de consumo valoriza. Mas está nas nossas mãos passarmos a preocupar-nos com as pessoas que somos e não com os disfarces que vestimos.

Gabriel Branco, 11.º A