Segundo Agustina Bessa-Luís, “a aparência tomou conta da vida privada das pessoas, não importando se elas têm uma existência vã, desde que ostentem os bens que a publicidade difunde e a sociedade de consumo valoriza”.
No último século, e principalmente neste em que vivemos, isto é cada vez mais evidente. Hoje, valorizam-se mais os bens do que as pessoas. A ostentação do que possuímos serve como uma armadura que nos protege contra os outros. Que nos protege de nós próprios, porque, de certa forma, estamos tão escondidos dentro de nós, que já nem nos conhecemos.
A sociedade de consumo parece querer destruir-nos, ao apresentar-nos constantemente produtos que nos fazem acreditar que precisamos deles para termos uma existência significativa.
Mas não teríamos uma existência menos vã se não tivéssemos “nada”? Se aprendêssemos a valorizar o pouco que temos? Isso faria de nós pessoas mais humildes, mais humanas. Faria de nós pessoas reais, apreciaríamos mais o que nos rodeia – o ar que respiramos, as árvores que ainda restam. E não estaríamos tão absorvidos em nós-mesmos, nem dominados pelos objetos que comprámos apenas para os mostrar ao mundo.
Margarida Ramalho 11ºA
1 comentário:
Bom texto, Margarida.
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