Camões, pintura de José Malhoa |
No contexto do dia 10 de junho, no qual se celebra o dia de Camões e de Portugal, decidi entrevistar o próprio Luís Vaz de Camões. Confesso que no início não sabia como “contactá-lo” e até já tinha perguntado a algumas pessoas como haveria de o fazer. Como continuava sem resposta, comecei a pensar em desistir. Até que um dia, ao chegar a casa, deitei-me na minha cama, a pensar numa solução, e acabei por adormecer. Qual não foi o meu espanto, quando Luís de Camões me apareceu em sonhos. Estava à minha janela, a chamar pelo meu nome e, quando apareci, disse-me: “Bela dama, soube que me queríeis entrevistar. Aqui me tendes.” Deixei-o entrar e comecei a entrevista.
Vós, Senhora, tudo tendes, senão que tendes os olhos verdes.
É de conhecimento público a sua admiração pela figura feminina. Como está a sua vida amorosa neste momento?
Aquela cativa, que me tem cativo, porque nela vivo já não quer que viva.
Como é ela?
Rosto singular, olhos sossegados, pretos e cansados, mas não de matar.
Qual foi a coisa mais romântica que já lhe disse?
“Pede o desejo, Dama, que vos veja”.
Como é sentir-se apaixonado?
É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade.
E o Amor? O que é para si o Amor?
Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
Como seria o seu lugar paradisíaco?
Alegres campos, verdes arvoredos, claras e frescas águas de cristal. O céu, a terra, o vento sossegado... As ondas, que se estendem pela areia... Os peixes, que no mar o sono enfreia... O noturno silêncio repousado...
Quando é que se apercebeu do seu gosto pela poesia?
Foi naquela triste e leda madrugada, cheia toda de mágoa e de piedade.
O que acha de se celebrar o dia 10 de junho em sua honra?
Enquanto houver no mundo saudade quero que seja sempre celebrado.
Qual foi o principal motivo para os seus desterros?
Erros meus, má fortuna, amor ardente...
Onde viveu durante a maior parte da sua infância?
Junto de um seco, fero e estéril monte, inútil e despido, calvo, informe, da natureza em tudo aborrecido, onde nem ave voa, ou fera dorme, nem rio claro corre, ou ferve fonte, nem verde ramo faz doce ruído.
O que acha dos tempos atuais?
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.
Como resumiria a sua vida?
Erros meus, má fortuna, amor ardente...
Obrigada pela sua disponibilidade. Espero voltar a vê-lo um dia.
Qual foi a coisa mais romântica que já lhe disse?
“Pede o desejo, Dama, que vos veja”.
Como é sentir-se apaixonado?
É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade.
E o Amor? O que é para si o Amor?
Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
Como seria o seu lugar paradisíaco?
Alegres campos, verdes arvoredos, claras e frescas águas de cristal. O céu, a terra, o vento sossegado... As ondas, que se estendem pela areia... Os peixes, que no mar o sono enfreia... O noturno silêncio repousado...
Quando é que se apercebeu do seu gosto pela poesia?
Foi naquela triste e leda madrugada, cheia toda de mágoa e de piedade.
O que acha de se celebrar o dia 10 de junho em sua honra?
Enquanto houver no mundo saudade quero que seja sempre celebrado.
Qual foi o principal motivo para os seus desterros?
Erros meus, má fortuna, amor ardente...
Onde viveu durante a maior parte da sua infância?
Junto de um seco, fero e estéril monte, inútil e despido, calvo, informe, da natureza em tudo aborrecido, onde nem ave voa, ou fera dorme, nem rio claro corre, ou ferve fonte, nem verde ramo faz doce ruído.
O que acha dos tempos atuais?
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.
Como resumiria a sua vida?
Erros meus, má fortuna, amor ardente...
Obrigada pela sua disponibilidade. Espero voltar a vê-lo um dia.
E foi assim que acabou a nossa entrevista. Depois da minha última frase, e antes que Luís de Camões pudesse dar-me qualquer resposta, acordei. Levantei-me e apontei toda a entrevista num caderno que tinha aberto em cima da minha secretária.
Mariana Pereira Paulo, 10º D
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