13 de junho de 2017

CAMÕES DE VOLTA

Painel de azulejos, Júlio Pomar, 1926 - Museu Nacional do Azulejo
Estava eu muito descansada a comer no McDonalds e a pensar quem seria a próxima “vítima” que iria entrevistar, quando me deparei com algo extraordinário : um senhor a citar versos d’Os Lusíadas. Mas citava de tal forma, como se os tivesse escrito ou tivesse estado presente naquela época. Já tinha visto aquela cara nalgum lado… Então apercebi-me, era Luís de Camões! No século XXI! Fui ter com ele, claro! O Poeta disponibilizou-se a responder a umas perguntas.

AL-Como considera que os portugueses o veem ou o que acha que eles pensam de si?
LC-”Julga-me a gente toda por perdido.”

AL- Não considera que tenha havido alguma evolução quanto ao reconhecimento dos portugueses face às letras e às artes?
LC-”quem não sabe a arte, não na estima.”

AL- Escreveu muitos poemas de amor. Considera-se um apaixonado?
LC-” está no pensamento como ideia :/e o vivo e puro amor de que sou feito.”

AL- Se tivesse de resumir os seus poemas amorosos, como o faria? O que é para si o amor?
LC-”Amor é fogo que arde sem se ver”

AL- Como é para si a mulher ideal?
LC- ”linda e pura semideia.”

AL- Já deve estar a par das ”modernices” deste século. As pessoas sentem cada vez mais a influência das tecnologias, nas suas vidas. Decerto que se ficasse aqui mais tempo seriam muitas as selfies que lhe pediriam para tirar. O que acha disso?
LC- ”Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.

AL - É pela vontade ou pela necessidade das pessoas quererem valorizar o seu trabalho que criaram, no dia de hoje, 10 de junho, um feriado nacional conhecido como “Dia de Camões e das Comunidades”. Como se sente acerca disso?
LC- “Quão doce é o louvor e a justa glória/Dos próprios feitos, quando são soados!”

E terminei assim a minha entrevista, mas posso dizer que a conversa não ficou por aqui, pois eu fiz questão de que Luís de Camões comesse um hambúrguer comigo. E o resto, o resto é história!...

Alice Luís 10ºD

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