Fernando Pessoa escreve, a determinado momento, que “…ser
feliz consiste/ Apenas em ser feliz”. Isto parece-me uma redundância que pretende
expressar que a felicidade se alcança de uma forma não pensada, apenas sentida.
Não estou de acordo com esta perspetiva. Parece-me, antes, que a felicidade se
encontra no balanço frágil entre o pensar e o sentir.
Ser
feliz sem pensar é bom, até saboroso. A felicidade apresenta-se de um modo
simples, como algo que sentimos e nos inunda de alegria. Mas, assim como o
sentir frio passa, também o sentir a felicidade pode passar, e depois, quando
não a sentimos mais, nesse momento surge dentro de nós um vazio que pode ser
muito destrutivo.
Por outro
lado, viver a felicidade de uma forma demasiado refletida leva-nos a deixar de a
sentir, torna-nos demasiado ponderadores, leva-nos a pesar cada aspeto dessa bem-aventurança, o que a faz diminuir e, por fim, desaparecer, tornando qualquer
motivo de felicidade insuficiente aos olhos do nosso pensamento.
Ao
contrário das anteriores perspetivas, penso que viver a felicidade, um dia de
cada vez, cria um balanço entre o sentir e o pensar. Pensando menos e aceitando cada dia, meditamos na felicidade de uma forma agradável, conciliando
o nosso conhecimento com aquilo que experimentamos. E pensar menos permite-nos
sentir mais e viver o nosso bem-estar de uma forma mais intensa e real.
Em conclusão, o verdadeiro modo de alcançar a felicidade encontra-se na disponibilidade para vivermos um dia de cada vez e na disciplina para equilibrarmos pensamento e emoções.
Francisco Loureiro, 12º A
1 comentário:
Muito bem, Francisco!
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