Neste aniversário da Implantação da República, propomos a leitura de um poema de Antero de Quental, o maior vulto da Geração de 70.
Antero indagou as grandes questões filosóficas e sociais do seu tempo e procurou incessantemente uma solução política e ética para Portugal.
Aqui fica um dos seus poemas mais luminoso acerca do devir histórico:
Hino à Razão
Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece.
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre só a ti submissa.
Por ti é que a poeira movediça
De astros, sóis e mundos permanece;
E é por ti que a virtude prevalece,
E a flor do heroísmo medra e viça.
Por ti, na arena trágica, as nações
buscam a liberdade entre clarões;
e os que olham o futuro e cismam, mudos,
Por ti podem sofrer e não se abatem,
Mãe de filhos robustos que combatem
Tendo o teu nome escrito em seus escudos!
Antero de Quental, Sonetos
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