Ficaram célebres as regras do amor cortês definidas no século XII por Lianor de Aquitânia. Lianor foi duquesa da Gasconha e da Aquitânia, Condessa de Poitiers e rainha consorte de França e Inglaterra. Era a filha mais velha de Guilherme X, a quem sucedeu em 1137. Fluente em cerca de oito línguas, aprendeu também matemática e astronomia, leis e filosofia. Esta educação, excepcional numa mulher e numa época em que a maior parte dos governantes eram analfabetos, permitiu-lhe desenvolver uma notável cultura. A sua fortuna pessoal e o seu apurado sentido político fizeram-na uma das mulheres mais poderosas e influentes da Idade Média.
1.
O
casamento não constitui desculpa legítima contra o amor.
2.
Ninguém
deve ser proibido de amar.
3.
Ninguém
pode ter duas ligações ao mesmo tempo.
4.
Um
homem só pode amar quando é adulto.
5.
Quem
não é ciumento não ama.
6.
O
amor deve sempre diminuir ou aumentar.
7.
Os
prazeres que o amante obtém sem consentimento da amada não têm sabor algum.
8.
Em
amor, o amante que sobrevive à amada deve observar uma viuvez de dois anos.
9.
Ninguém
pode amar a menos que a isso seja levado pela vontade do amor.
10. O amor não habita
nunca na casa da avareza.
11. Não parece bem amar
alguém com quem se tem vergonha de casar.
12. O verdadeiro amante
não gosta de amar outrém para além do seu amado.
13. O amor raramente
subsiste depois de divulgado.
14. O amor que se
consegue facilmente despreza-se; o amor que se ganha tem-se em alta estima.
15. Todo o amante deve
empalidecer à vista da sua amada.
16. O coração do
verdadeiro amante treme aquando da aparição súbita do ser amado.
17. O novo amor faz
esquecer o velho.
18. Só a honestidade nos
faz dignos do amor.
19. Se o amor diminui,
depressa acaba e raramente revive.
20. O verdadeiro amante é
sempre tímido
21. O afecto do amante é
sempre acrescentado pelo ciúme verdadeiro.
22. O afecto do amante é
sempre aumentado pelo respeito da amada.
23. Aquele que o amor
perturba come menos e dorme menos.
24. Todas as acções do
amante estão ligadas ao pensamento da amada.
25. O verdadeiro amante
só aprecia aquilo que ele pensa agradar ao ser amado.
26. O amor nada pode
recusar ao amor.
27. O verdadeiro amante
nunca se farta dos favores da amada.
28. É a presunção que
leva o amante a suspeitar da amada.
29. Não deve amar aquele
que é tentado pela luxúria.
30. O verdadeiro amante
vive da contemplação ininterrupta da sua amada.
31. Nada proíbe que uma mulher
seja amada por dois homens ou um homem por duas mulheres.
in A Moda - 5000 Anos de Elegância,
Ed. Verbo
2 comentários:
Adoro estas regras... o que já me ri com elas junto dos meus antigos alunos!
E eu :-)
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