14 de fevereiro de 2016

QUASE UM POEMA DE AMOR

Beijo, pintura de Gustav Klimt (pormenor)

Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.

Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
— Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.

Miguel Torga, in Diário V

11 de fevereiro de 2016

Lendas



ARQUIVO PORTUGUÊS DE LENDAS - uma ligação muito interessante, onde podemos encontrar lendas portuguesas, organizadas tematicamente. 

27 de janeiro de 2016

A exploração humana



fotografia de Josh Adamski
Ao longo dos tempos, verificamos que as relações entre os Homens nem sempre foram pacíficas. Um dos motivos é a exploração do Homem pelo Homem. Há várias situações no mundo que mostram que o Homem explora o seu semelhante.
Em primeiro lugar, a procura cega do enriquecimento fácil faz com que o Homem não olhe a meios para atingir os seus fins, servindo-se de outros que considera mais fracos. A escravatura dos negros e dos índios foi uma consequência da ganância humana. Mais recentemente, jovens, que procuram uma vida melhor noutros países, são reduzidas também à condição de escravas sexuais pelo tráfico humano.
Em segundo lugar, a megalomania e o desejo de conquista do poder sobre os outros fazem com que alguns reis e “pequenos ditadores” retirem a dignidade humana àqueles que consideram inferiores. A colonização da América do Sul através da escravatura e dizimação de povos como os Astecas e os Maias é uma das situações que prova a exploração humana. Por outro lado, o que Hitler fez aos judeus, aos ciganos e aos homossexuais e a outras minorias deveu-se, não só aos preconceitos raciais, mas também à sua mania de grandeza e de conquista do mundo, pois os judeus eram um povo muito rico e inteligente.
Em suma, desde sempre houve situações de exploração humana. No entanto, cabe a cada um de nós adotar uma atitude de respeito pelo outro para que possamos construir um mundo melhor.
        
Leonor Solla, 9º E

18 de janeiro de 2016

Os jovens e a publicidade


A publicidade está muito presente na vida das pessoas, principalmente na dos jovens.
A publicidade que eles mais consomem é a do álcool, que influencia as atitudes dos mais novos, enganando-os, mostrando-lhes que beber é muito divertido, pois nos anúncios aparecem sempre pessoas a rir enquanto bebem, e só no fim é que surge a frase importante: beba com moderação. 
Anúncios a marcas de sapatilhas, como Vans, Nike, Timberland, e também de roupa, são muito apreciados pelos adolescentes, pois, na sua opinião, quem não usar coisas de marca não é popular, por isso interessam-se muito pelas marcas.
Normalmente, as pessoas que aparecem nos anúncios nunca são gordas, têm o rosto delicado, e isso também influencia os jovens, levando-os a querer aquele produto e a desejarem ser como aquelas pessoas.
Concluindo, os adolescentes são facilmente influenciados pela publicidade, e, ao usarem os produtos publicitados, ainda estão a fazer publicidade grátis às marcas.

Miguel Luís, 10.º E

14 de janeiro de 2016

A evolução do alfabeto - desde os fenícios, 900 anos antes de Cristo, passando pelo grego arcaico, pelo etrusco, pelo latim antigo, pelo latim medieval, até aos contributos de algumas línguas europeias, como o português, com o nosso ç, ou o castelhano, com o grafema ñ. Muito interessante esta animação que nos mostra a evolução das letras, a sua progressiva estilização e o seu arranjo no abecedário: clicar aqui para ver maior





6 de janeiro de 2016

Dom Presunçoso


Dom presunçoso, foste-vos queixar
Que eu nunca liguei ao vosso olhar
Mas agora quero fazer-vos acreditar
Que vos olharei todavia
E vedes como vos quero olhar
Dom presunçoso, vesgo e rufia

Dom presunçoso, a Deus peço perdão

Pois tendes tão grande narigão
Que vos eu olhe por essa razão
Vos olharei todavia
E vedes qual será a observação
Dom presunçoso, vesgo e rufia

Dom presunçoso, nunca vos eu olhei

Em meu pensar, porém muito pensei
Mas agora já um bom olhar lançarei
Em que vos enfeitiçarei todavia
E dir-vos-ei como farei
Dom presunçoso, vesgo e rufia


10.º E, poema coletivo - Literatura Portuguesa

25 de dezembro de 2015

NATAL AGORA



Natividade com a tocha, pintura de Antoine le Nain (séc. XVII)

Neste solstício de inverno ele vai nascer
algures no Mundo entre ruínas
no lugar do não ser ele vai nascer
deitado nas palhinhas entre
bombas naufrágios minas
cada mulher que foge o traz no ventre
o mesmo coração um só destino
algures no mundo ele vai ser
em todos os meninos o menino.

Manuel Alegre
18-12-2015

17 de dezembro de 2015

16 de dezembro de 2015

Um soneto de Natal


Joaquim Maria Machado de Assis foi um ilustre escritor brasileiro do século XIX, considerado como o maior nome da literatura desse país.

11 de dezembro de 2015

Cada tempo com seu uso

Os amantes (1923), pintura de Picasso
O amor é um dos sentimentos mais fortes no ser humano. Ao longo da História, o homem e a mulher sempre se sentiram atraídos um pelo outro, o que faz parte da nossa natureza. Porém, a forma de expressar essa atração, de conquistar o outro, tem vindo a mudar ao longo dos tempos.


Na época medieval, os rapazes tinham de conquistar as donzelas e de provar o seu amor, enquanto nos dias de hoje o rapaz já não diz tantas coisas bonitas, já não luta pela rapariga, já não procura tanto um relacionamento sério.

Atualmente, o encontro entre uma rapariga e um rapaz ocorre com mais liberdade, não tem de ser necessariamente às escondidas, como acontecia na Idade Média, em que as rapariguinhas tentavam arranjar desculpas, e aproveitavam todas as ocasiões para seduzir e ver o amado, sem que mais ninguém soubesse.

No entanto, apesar de tantas diferenças, os sentimentos das donzelas daquele tempo e das raparigas de hoje são semelhantes. A donzela apaixonada sentia-se feliz, confiava no amado e era muitas vezes cega aos seus defeitos, por piores que fossem, tal como ainda hoje acontece com algumas raparigas.

Conclui-se assim que o relacionamento amoroso entre os jovens mudou ao longo dos tempos, porém o que sentimos quando estamos apaixonados é semelhante. 

Rafaela Boita, 10º E

1 de dezembro de 2015

A Restauração

O dia 1 de dezembro é comemorado como o Dia da Restauração da Independência de Portugal, porque o trono português, ocupado havia 60 anos por uma dinastia espanhola, voltou para um rei português. 
D. Filipa de Vilhena arma os seus filhos cavaleiros, para que participem na revolta do 1º de Dezembro 
«Foram 120 os conspiradores que, na manhã de 1 de Dezembro de 1640, invadiram o Paço da Ribeira, em Lisboa, para derrubar a dinastia espanhola que governava Portugal desde 1580. Miguel de Vasconcelos, que representava os interesses castelhanos, foi morto a tiro e atirado pela janela. Do balcão do Paço, o Duque de Bragança, futuro D. João IV, foi aclamado como rei, e foi também dali que se ordenou o cerco à guarnição militar do Castelo de S. Jorge e a apreensão dos navios espanhóis que se encontravam no porto.  Até ao final de 1640, todas as praças, castelos e vilas com alguma importância tinham declarado a sua fidelidade aos revoltosos.»

http://ensina.rtp.pt/artigo/a-restauracao-de-1640/

30 de novembro de 2015

A Divina Comédia

Embora o nome desta obra me fosse familiar, não sabia ao certo de que tratava, nem muito sobre a vida do seu autor. Não sabia muito, portanto, do que me esperava, ou o que esperar. Felizmente, fui surpreendida pela positiva por este clássico da literatura italiana e mundial. Uma das coisas que me cativou foi o primeiro terceto da obra, pela beleza simbólica que apresenta:

«No meio do caminho da nossa vida,
encontrei-me numa selva escura,
pois tinha-me desviado do caminho certo.»

ilustração de Gustave Doré

Admitindo ter-se desviado do caminho certo, tendo, portanto, sucumbido ao pecado, Dante encontra-se  perdido numa selva escura, da qual só sairá quando tiver atravessado o Inferno.

Também os animais que lhe aparecem logo no início da jornada - o leopardo, o leão e a loba faminta - carregados de simbolismo, o assustam e lhe dificultam a travessia. Mas Virgílio, o poeta latino, guiá-lo-á nesta viagem pelo mundo infernal.
ilustração de William Blake
A escolha deste poeta, que o inspirava e que considerava seu mestre, e, mais tarde, da sua amado Beatriz, descrita como um anjo, permitem-nos concluir que Dante valorizava a cultura clássica greco-latina e que quis fazer uma homenagem à mulher que amou, tendo esta então já falecido.

Ao descrever detalhadamente os nove círculos do Inferno, os pecados que condenaram as almas (incluindo aqui algumas pessoas da sua época), os castigos que estas sofrem e todo o ambiente infernal, Dante expõe a sua hierarquia dos pecados, apresentando a traição como o mais grave de todos.

Em suma, trata-se de uma alegoria ricamente escrita, que nos mostra a visão que Dante tinha da sua época e do seu mundo.

Catarina Correia, 12º D

21 de novembro de 2015

Segundo Agustina Bessa-Luís, “a aparência tomou conta da vida privada das pessoas, não importando se elas têm uma existência vã, desde que ostentem os bens que a publicidade difunde e a sociedade de consumo valoriza”. 

No último século, e principalmente neste em que vivemos, isto é cada vez mais evidente. Hoje, valorizam-se mais os bens do que as pessoas. A ostentação do que possuímos serve como uma armadura que nos protege contra os outros. Que nos protege de nós próprios, porque, de certa forma, estamos tão escondidos dentro de nós, que já nem nos conhecemos.

A sociedade de consumo parece querer destruir-nos, ao apresentar-nos constantemente produtos que nos fazem acreditar que precisamos deles para termos uma existência significativa.

Mas não teríamos uma existência menos vã se não tivéssemos “nada”? Se aprendêssemos a valorizar o pouco que temos? Isso faria de nós pessoas mais humildes, mais humanas. Faria de nós pessoas reais, apreciaríamos mais o que nos rodeia – o ar que respiramos, as árvores que ainda restam. E não estaríamos tão absorvidos em nós-mesmos, nem dominados pelos objetos que comprámos apenas para os mostrar ao mundo. 

Margarida Ramalho 11ºA

16 de novembro de 2015

Namoro

Pintura de Chagall
Os namorados, na Idade Média, como vemos através da lírica trovadoresca, eram bem mais atenciosos para com as suas donzelas do que os da atualidade, que por vezes são rudes, despreocupados e nem sempre muito cavalheiros.

Na atualidade, os rapazes já não pedem a mão da sua amada ao pai dela, e já dormem e comem em casa dos pais da rapariga. O cavalheirismo que existia, como servir primeiro a mulher, puxar-lhe a cadeira, abrir a porta e segurá-la para ela passar, tudo isso está a desaparecer dos namoros atuais. Por vezes, o rapaz e a rapariga não namoram, mas "curtem", algo que só pelo nome já é rude e não parece ter nada de carinhoso e gentil em si.

Através destes comportamentos dos rapazes para com as raparigas, podemos dizer que o amor, hoje, é algo desvalorizado e vai perdendo o seu significado e chama, uma vez que os namorados são cada vez menos gentis.

Bárbara Ferreira Costa, 10º E

6 de novembro de 2015

Mudam-se os tempos...


Hoje, os passatempos são bem diferentes do que eram há algumas décadas, apesar de a nossa necessidade e gosto pelo lazer e pelo convívio serem idênticos.

Atualmente, os jovens já não jogam ao elástico, ao peão ou ao berlinde. São mais sedentários, ocupam o tempo em casa, durante horas, à frente da televisão e do computador, a jogar jogos como CS GO, LOL e Minecraft, ou deitados no sofá, a ouvir música, sozinhos.

Agora, as famílias mal comunicam verbalmente, pois preferem utilizar o SMS. Antigamente, as pessoas conheciam-se todas umas às outras, agora só se conhecem através da Internet, ou seja, têm amigos virtuais.

Para concluir, a vinda da Internet foi uma coisa boa, mas com ela as pessoas tornaram-se muito sedentárias e talvez mais solitárias.


Tiago Matias, 10º D