12 de abril de 2015

Filosofando

Como sabemos que somos reais? Como sabemos que estamos acordados, quando estamos acordados? A realidade que os nossos sentidos captam é real?

Uma divertida animação, inspirada no célebre axioma de Descartes: "Penso, logo existo."








9 de abril de 2015

A Montanha Mágica - uma leitura




Os títulos são subjetivos. Montanha Mágica poderá sugerir misticismo e fantasia, um mundo utópico, que se afasta das regras socialmente estabelecidas e dos conceitos tomados como verdades absolutas, e onde o tempo é ignorado e a doença louvada.

Thomas Mann situa a obra no período que antecede a primeira guerra mundial, e posiciona o herói (Hans Castorp, futuro engenheiro naval) no Sanatório de Berghof. Hans vai ao sanatório visitar o primo, Joachim, mas acaba por lá se instalar permanentemente, já que descobre que também está doente. 

Será nos Alpes que o futuro engenheiro naval desenvolverá a sua personalidade, dissertando sobre temas fundamentais como o tempo, a morte e a doença. Hans discorre constantemente sobre o tempo e apercebe-se de que na montanha este é insignificante e que um mês é a mais pequena unidade de tempo, acabando a estrutura da obra por seguir este raciocínio, descrevendo o primeiro capítulo a vida diária da personagem principal, e os os restantes capítulos, os seis anos que não passaram, já que o tempo ali não passava. 

A morte era vista pelos habitantes do sanatório como inexistente, embora estivesse presente em todas as paredes, e Hans, que já vira este “fenómeno inequívoco, racional, fisiologicamente necessário e desejável” roubar-lhe parentes, não compreendia a indiferença perante a morte. Já a doença, aquela velha conhecida que habitava no corpo de todos, levou a várias discussões com Settembrini (italiano humanista) e com Naphta (jesuíta de origem judia), personagens estupendamente inteligentes e antagónicas, defendendo o primeiro as ideias liberais e o segundo as conservadoras, e chegando ambos à conclusão de que “ser homem é ser doente.”

Esta obra é sem sombra de dúvida uma das mais ricas que já li, porque desencadeou reflexões e pensamentos complexos e me proporcionou um conhecimento artístico, histórico e filosófico extraordinário. 

Sara Marques Félix, 12ºE, Clássicos da Literatura

30 de março de 2015

O que é a Páscoa?


A Páscoa cristã já vem da Páscoa judaica, mas a origem desta festividade é muito anterior. Começou por ser uma festa da primavera que tinha lugar na primeira lua cheia a seguir ao equinócio. Esta festa, pagã, já se celebrava 1100 anos antes de Cristo. 

No Egipto, os hebreus festejavam o seu deus neste dia, que era o primeiro do ano, e foi nesse contexto que se deu o Êxodo, passando esta data a ser celebrada no calendário judaico. A "última ceia" de Jesus seria, justamente, a celebração da Páscoa judaica. 

Como se explica então que agora celebremos a Páscoa para assinalar a ressurreição de Cristo? 
Explica-se pela continuidade na celebração: no século V, a Igreja Católica estabeleceu que a Páscoa se festejaria sempre no domingo a seguir à Páscoa judaica. É preciso ter em conta que era uma festividade campestre, que honrava a lua, astro que regula a natureza e os ciclos da procriação animal e humana, simbolizando assim a renovação da vida. Ora o renascimento de Jesus Cristo encaixava-se perfeitamente nesta ideia. 

E como aparecem os ovos e os cordeiros?
Sendo uma festa de pastores, estes aproveitavam para tosquiar as ovelhas. Os cordeiros surgem, naturalmente, associados ao sacrifício à lua. Ainda hoje, no Minho, por exemplo, o anho é obrigatório. Já os ovos simbolizam a renovação, a vida, a célula fundamental da existência humana.

Elementos colhidos na entrevista ao antropólogo Moisés Espírito Santo, publicada no DN, em 2008

23 de março de 2015

100 anos de Orpheu


Faz amanhã cem anos que saiu o primeiro número da revista Orpheu. Com ela, abriu-se um novo e fulgurante capítulo nas letras portuguesas. O Expresso publica um artigo em que recorda factos, imagens, os nomes e os rostos dos protagonistas desta aventura - Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Santa-Rita Pintor e Almada Negreiros, entre outros. 

A ler, aqui: FURACÃO ORPHEU 

15 de março de 2015

Noite estrelada

Movimento, fluido, luz. Pintura, Matemática, Física. E a genialidade de Van Gogh.




3 de março de 2015

Respeitar é sinónimo de partilhar


Devemos respeitar e tratar os animais, tal como respeitamos e tratamos qualquer outro ser vivo. Este foi um dos princípios que a minha família me passou, pois, desde pequena, têm vindo a crescer comigo vários animais domésticos. 

De facto, sempre houve gatos e cães numa convivência alegre e harmoniosa no meu lar. Neste momento, tenho dois cães, o Cookie, um cão de guarda com grande porte, e a Lady, a quem a minha mãe se refere como a sua outra filha. Quanto a gatos, tenho vários: os independentes, Minnie, Zeus e Pitágoras, e os que partilham o meu teto, Silvestre e Marie.

Todos eles me têm ensinado como se deve ou não se deve tratar os animais: antes de mais deve atender-se às suas necessidades básicas, como a comida e o resguardo; levá-los ao veterinário e tratá-los quando estão doentes; devemos ainda amá-los e acarinhá-los. Por outro lado, devemos denunciar situações de maus tratos, que incluem o abandono, a violência e o desleixo.

Para finalizar, devo reforçar que os animais nos respeitam, nos amam e que merecem esse respeito e amor de volta, já que, lá no fundo, não somos nós que adotamos os animais, mas sim eles que nos adotam a nós! 


                                                                                                                                                                                                    Leonor Solla, 8.º E


19 de fevereiro de 2015

O vento lá fora

O vento la fora é um documentário que apresenta um retrato do poeta Fernando Pessoa, a partir de uma leitura de poemas organizada pela professora Cleonice Berardinelli, notável pessoana, e pela cantora brasileira Maria Bethânia. 

Esta leitura, apresentada ao público na FLIP 2013 (Feira Literária Internacional de Paraty, um dos mais importantes certames litarários da lusofonia), foi filmada em estúdio, na presença de uma plateia de convidados. 

O documentário, realizado por  Marcio Debellian, é construído a partir desta filmagem, assim como da gravação dos ensaios, das conversas sobre a obra de Pessoa e da pesquisa de manuscritos e imagens. A não perder!




3 de fevereiro de 2015

A ARTE COMO REVELAÇÃO

Procissão do Corpo de Deus (1913), pintura de Amadeo de Souza-Cardoso
A arte é um bem comum, um luxo acessível. Não é necessária, mas é essencial. Representa o expoente da humanidade, a realização que mais longe nos coloca dos outros seres vivos que conhecemos. De facto, mais emocionante do que uma criança prodígio com o talento de um adulto, é um adulto com a inocência da criança no olhar, embora aprisionado na sua razão. Um artista.

Ser artista é ascender da nossa condição por breves momentos. Nesta ascensão, ganhamos a capacidade de nos observarmos, como que de fora. É o que vemos na poesia de Fernando Pessoa, que consegue perder-se em si mesmo e deixar de ser quem é, sem nunca deixar de o ser. E mostrar-nos o caminho para a autodescoberta.

O artista é o portal para o mundo interior, é a criança que tem a capacidade de ver sempre as coisas pela primeira vez, mas com a lucidez de um velho sábio. É o que acontece com pintores como Amadeu de Sousa-Cardoso que, no seu quadro Procissão de Amarante, revela, no comum, o fantástico, como se de uma criança se tratasse.

Por tudo isto, a arte é árdua de decifrar. E esta minha reflexão não passa de um tiro na imensa escuridão que é o nosso ser.

Ivo Ferreira, 12ºC

26 de janeiro de 2015

Caminho da manhã



Sophia de Mello Breyner Andersen, um texto belíssimo, exemplarmente dito por Eunice Muñoz:

Vais pela estrada que é de terra amarela e quase sem nenhuma sombra. As cigarras cantarão o silêncio de bronze. À tua direita irá primeiro um muro caiado que desenha a curva da estrada. Depois encontrarás as figueiras transparentes e enroladas; mas os seus ramos não dão nenhuma sombra. E assim irás sempre em frente com a pesada mão do Sol pousada nos teus ombros, mas conduzida por uma luz levíssima e fresca. Até chegares às muralhas antigas da cidade que estão em ruínas. Passa debaixo da porta e vai pelas pequenas ruas estreitas, direitas e brancas, até encontrares em frente do mar uma grande praça quadrada e clara que tem no centro uma estátua. Segue entre as casas e o mar até ao mercado que fica depois de uma alta parede amarela. Aí deves parar e olhar um instante para o largo pois ali o visível se vê até ao fim. E olha bem o branco, o puro branco, o branco da cal onde a luz cai a direito. Também ali entre a cidade e a água não encontrarás nenhuma sombra; abriga-te por isso no sopro corrido e fresco do mar. Entra no mercado e vira à tua direita e ao terceiro homem que encontrares em frente da terceira banca de pedra compra peixes. Os peixes são azuis e brilhantes e escuros com malhas pretas. E o homem há-de pedir-te que vejas como as suas guelras são encarnadas e que vejas bem como o seu azul é profundo e como eles cheiram realmente, realmente a mar. Depois verás peixes pretos e vermelhos e cor-de-rosa e cor de prata. E verás os polvos cor de pedra e as conchas, os búzios e as espadas do mar. E a luz se tornará líquida e o próprio ar salgado e um caranguejo irá correndo sobre uma mesa de pedra. À tua direita então verás uma escada: sobe depressa mas sem tocar no velho cego que desce devagar. E ao cimo da escada está uma mulher de meia idade com rugas finas e leves na cara. E tem ao pescoço uma medalha de ouro com o retrato do filho que morreu. Pede-lhe que te dê um ramo de louro, um ramo de orégãos, um ramo de salsa e um ramo de hortelã. Mais adiante compra figos pretos: mas os figos não são pretos: mas azuis e dentro são cor-de-rosa e de todos eles corre uma lágrima de mel. Depois vai de vendedor em vendedor e enche os teus cestos de frutos, hortaliças, ervas, orvalhos e limões. Depois desce a escada, sai do mercado e caminha para o centro da cidade. Agora aí verás que ao longo das paredes nasceu uma serpente de sombra azul, estreita e comprida. Caminha rente às casas. Num dos teus ombros pousará a mão da sombra, no outro a mão do Sol. Caminha até encontrares uma igreja alta e quadrada.


Lá dentro ficarás ajoelhada na penumbra olhando o branco das paredes e o brilho azul dos azulejos. Aí escutarás o silêncio. Aí se levantará como um canto o teu amor pelas coisas visíveis que é a tua oração em frente do grande Deus invisível.


in Livro Sexto, 1962

21 de janeiro de 2015

Ricardo Reis e Álvaro de Campos



Ricardo Reis e Álvaro de Campos são talvez os mais diferentes heterónimos pessoanos. Enquanto um vive numa introspectiva e estóica abdicação dos seus desejos, o outro ilude-se, experimenta e desilude-se.

Ao passo que o poeta helenista se enquadra harmoniosamente numa natureza mitológica, o revolucionário ferve em ateias odes futuristas à máquina e ao progresso. Se um é consolado, o outro é inconsolado e inconsolável com a efemeridade da vida e as limitações da racionalidade humana.

Enquanto Reis expressa, de forma requintada e elegante, os ideais de perfeição de espírito em que se refugia, Campos desabafa, de forma confessional, subversiva e estridente, a revolta face a  um mundo “que é para quem nasce para o conquistar/ E não para quem sonha que pode conquistá-lo”. 

Beatriz Lourenço, 12º E

19 de janeiro de 2015

Ainda a propósito do conceito de felicidade

Bonheur de vivre (1905), pintura de Matisse
A definição de felicidade e do modo como a alcançamos tem vindo a alterar-se ao longo das gerações. Atualmente, considera-se que, para se ser feliz, é necessário dinheiro, e só depois podemos encontrar felicidade. Eu defendo que a única maneira de nos sentirmos felizes é encontrarmos algures um sentimento de realização.

No meu entender, esse sentimento de realização é atingido de duas formas. A primeira remete-nos para o cumprimento de objetivos, e a segunda para o altruísmo em relação aos outros.

O cumprimento de objetivos está relacionado com o que definimos para a nossa vida como sendo prioritário. Se o processo para o conseguirmos foi extremamente difícil e o esforço que fizemos foi imenso, somos invadidos por uma felicidade extrema, sentimo-nos realizados. Temos o exemplo de Albert Einstein que, a uma determinada altura da sua vida, definiu como objetivo completar a teoria da Relatividade e, quando o conseguiu, disse: “Já posso partir em paz porque o meu trabalho na terra está completo”. Os humanos, frequentemente, definem objetivos mais banais, como ser médico ou ter 20 a matemática. Mas todos estes pequenos objetivos acabam por contribuir para a nossa felicidade. 

Existe outra forma de alcançar a felicidade que é colocar-se em risco para ajudar os outros. Os que o fazem sentem que a sua  vocação é ajudar o próximo, fazer o melhor que podem para tornar o mundo ligeiramente melhor, como o caso de Madre Teresa de Calcutá, que tinha consciência de que o que fazia era “uma gota no oceano”, mas sabia que era o seu altruísmo que lhe trazia alegria. 

Concluindo, existem várias formas de alcançar a felicidade e cada um de nós tem a sua definição de felicidade e uma ideia do que fazer para atingi-la, no entanto, acho que todas essas definições acabam por convergir para a afirmação de Pessoa: “ser feliz consiste/Apenas em ser feliz”.


Gonçalo Borges, 12.º A

14 de janeiro de 2015

Ler Gabriel Garcia Marquez


Gabriel García Marquez (1927-2014), escritor colombiano, criador do chamado realismo mágico sul-americano e vencedor do prémio Nobel da literatura em 1982, foi um dos mais notáveis escritores do século XX, como atestam os seus fabulosos romances Cem anos de Solidão ou O Amor nos Tempos da Cólera.


Para aqueles que leem em castelhano, alguns dos seus grandes livros estão disponíveis na rede e podem ser descarregados gratuitamente em PDF:


12 de janeiro de 2015

Nem sei o que dizer

Ilustração de Carmen L. Brownw


Nem sei o que dizer
Sobre coisas de pasmar
Nem sei o que fazer
Sobre coisas de rimar

Este grande dilema
Não sei bem como resolver
Quase fico sem ar
Só de pensar em escrever

Não sei bem o que é viver
Neste mundo de prazer
Não há outro igual
E só me apetece conviver

Duarte Carmo, 10ºB

11 de janeiro de 2015

Ser feliz consiste apenas em ser feliz


Viktor Popkov - Natureza morta em colcha de retalhos 
Fernando Pessoa escreve, a determinado momento, que “…ser feliz consiste/ Apenas em ser feliz”. Isto parece-me uma redundância que pretende expressar que a felicidade se alcança de uma forma não pensada, apenas sentida. Não estou de acordo com esta perspetiva. Parece-me, antes, que a felicidade se encontra no balanço frágil entre o pensar e o sentir.

Ser feliz sem pensar é bom, até saboroso. A felicidade apresenta-se de um modo simples, como algo que sentimos e nos inunda de alegria. Mas, assim como o sentir frio passa, também o sentir a felicidade pode passar, e depois, quando não a sentimos mais, nesse momento surge dentro de nós um vazio que pode ser muito destrutivo.

Por outro lado, viver a felicidade de uma forma demasiado refletida leva-nos a deixar de a sentir, torna-nos demasiado ponderadores, leva-nos a pesar cada aspeto dessa bem-aventurança, o que a faz diminuir e, por fim, desaparecer, tornando qualquer motivo de felicidade insuficiente aos olhos do nosso pensamento.

Ao contrário das anteriores perspetivas, penso que viver a felicidade, um dia de cada vez, cria um balanço entre o sentir e o pensar. Pensando menos e aceitando cada dia, meditamos na felicidade de uma forma agradável, conciliando o nosso conhecimento com aquilo que experimentamos. E pensar menos permite-nos sentir mais e viver o nosso bem-estar de uma forma mais intensa e real.

Em conclusão, o verdadeiro modo de alcançar a felicidade encontra-se na disponibilidade para vivermos um dia de cada vez e na disciplina para equilibrarmos pensamento e emoções.

                                                                      Francisco Loureiro, 12º A

6 de janeiro de 2015

JANEIRAS


Ó de casa, alta nobreza,
Mandai-nos abrir a porta,
Ponde a toalha na mesa
Com caldo quente da horta!

Teni, ferrinhos de prata,
Ao toque desta sanfona!
Trazemos ovos de prata
Fresquinhos, prá vossa dona.

Senhora dona de casa,
À ilharga do seu Joaquim,
Vermelha como uma brasa
E alva como um jasmim!

Vimos honrar a Jesus
Numas palhinhas deitado:
O candeio está sem luz
Numa arribana de gado.

Mas uma estrela dianteira
Arde no céu, que regala!
A palha ficou trigueira,
Os pastorinhos sem fala.

Dá-lhe calorzinho a vaca,
O carvoeiro uma murra,
A velha o que traz na saca,
Seus olho mansos a burra.

Já as janeiras vieram,
Os Reis estão a chegar,
Os anos amadurecem:
Estamos para durar!

Já lá vem Dom Melchior
Sentado no seu camelo
Cantar as loas de cor
Ao cair do caramelo.

O incenso, mirra e oiro,
Que cheirais e luzis tanto,
Não valeis aquele tesoiro
Do nosso Menino santo!

Abride a porta ao peregrino,
Que vem de num longe, à neve,
De ver nascer o Menino
Nas palhinhas do preseve.

Acabou-se esta cantiga,
Vamos agora à chacota:
Já enchemos a barriga,
Sigamos nossa derrota!

Rico vinho, santa broa
Calça o fraco, veste os nus!
Voltaremos a Lisboa
Pró ano, querendo Jesus

Vitorino Nemésio



-------------------------------------------------------------------------------
Cantar as janeiras era uma tradição portuguesa em que grupos de pessoas iam de porta em porta, pela vizinhança, entoando músicas que anunciavam o nascimento de Jesus e expressavam votos de bom ano. As janeiras começavam a 1 de Janeiro e estendiam-se até dia de Reis. 
Terminada a canção, o grupo de cantores esperava que os donos da casa oferecessem as janeiras: castanhas, nozes, maçãs, chouriças, morcelas...
As canções tinham letras simples, sendo normalmente quadras em louvor do Menino Jesus, de Nossa Senhora e de São José, bem como das pessoas que davam janeiras generosos. Havia também quadras sarcásticas, reservadas aos que nada davam.