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3 de junho de 2019

Aqui as duas a bailar


Pintura de Chagal

Aqui as duas a bailar
debaixo daquela cerejeira de encantar
e quem como nós, o cabelo soltar,   
irá ao amigo agradar,
debaixo daquela cerejeira de encantar
iremos nós bailar!

Aqui as duas a seduzir
debaixo destes ramos a sorrir
e quem viver, como nós a rir,
irá ao amigo agradar,
sob estes ramos prestes a florir
iremos nós bailar!

Enquanto estivermos a dançar
debaixo destas cerejeiras a brincar
e quem como viver como nós a bailar
irá ao amigo agradar
e sob o ramo em que estamos a conversar
viremos nós bailar!

Ândria Ferreira e Marisa Paulo, 10ºD

30 de janeiro de 2019

Bailemos as três, ai amigas

Outra bailia das alunas de Literatura Portuguesa, recriando a poesia dos trovadores medievais.


Bailemos as três, ai amigas,
Debaixo destas laranjeiras floridas.
Quem for linda como nós, lindas,
                                   Se amigo amar,                                
Debaixo destas laranjeiras floridas
Virá bailar

Bailemos as três, bem ordeiras,
Debaixo deste ramo de laranjeiras.
Quem for cavaleira como nós, cavaleiras,
Se amigo amar,
Debaixo deste ramo de laranjeiras
Virá bailar

Enquanto não fazemos outra coisa, ai amigas,
Debaixo deste ramo florido, escondidas.
E quem bem parece, como nós, raparigas,
Se amigo amar
Debaixo deste ramo sob o qual há mentiras
Virá bailar.            
                                                 
                 Beatriz Jesuíno e Diana Sousa, 10ºD                                              

7 de dezembro de 2018

TU EM MIM

pintura de Andrey Remnev

Cercada pelo mundo,
mas sem ninguém ao pé.
Apoiada por todos,
mas sem andarilho.
No silêncio, às escuras,
há que ter fé,
caminhas sozinha sem um amigo.

Andas, cais e tropeças
entre os dedos da minha mão,
vais, quebras promessas,
desces e entras no meu coração.

Coração puro antes de ti.
Coração aberto, todo para ti.
Estragado, violado,
por ti maltratado.

Sem piedade nem dó,
deixas-me aqui,
assim tão só.
Adorada e largada,
que por ti julgava ser amada.

Ó deus dos deuses,
que traças o nosso leito,
que ditas o nosso tempo,
por ti, nós temos respeito.

Não fecheis o relógio,
deixai-o parado.
Dai-me mais tempo,
que o meu coração ainda não está sarado.

Não me cortes as asas,
dá-me esta oportunidade,
não cortes o fio de vida
e o que resta da minha dignidade.

Maria Costa, 8.º A

1 de dezembro de 2018

Bailemos nós três

Recriando a nossa poesia trovadoresca, as alunas de Literatura Portuguesa ensaiam bailias:


Bailemos nós três, tão engraçadas
Por debaixo das macieiras enfeitadas
E quem for amada como nós amadas
Se amigo amar
Apenas sob estas macieiras decoradas
Virá dançar

Bailemos nós três, ai irmãs
Por debaixo do ramo destas maçãs
E quem for cristã como nós cristãs
Se amigo amar
Apenas sob estas macieiras meãs
Virá dançar

Por deus, tão engraçadas, então não fazemos nada
Por debaixo da rama esverdeada
E quem bem julgar, como se é julgada
Se amigo amar
Apenas sob esta macieira adorada
Virá dançar

Iara Boita e Maria Inês, 10º D

29 de outubro de 2018

À minha querida mãe

Um poema doce, do Martim Carvalho, do 7ºB.
Maternidade, pintura de Almada Negreiro
Com os teus cabelos louros
Nove meses me aturaste
E eu sempre a chatear
Mas tu nunca te importaste

Com esses olhos azuis
Que qualquer mulher inveja
Os teus lábios doces
Com sabor a cereja

Sem ti, minha querida mãe
Eu nem sequer existia
Depois dos nove meses
Doze anos alguns meses e um dia

A ti agradeço tudo
Tudo o que fizeste por mim
E deste-me este lindo nome
Chamaste-me Martim
  

16/10/2018

Martim Carvalho – 7ºB

22 de maio de 2018

Quis-te sem querer

Pintura de Chirag Bangdel (Tibete)

Por vezes, nós queremos sem querer
achamos que queremos
mas não queremos porque quem quer, 

quer até ao fim
não quer até ter


Eu quis-te mas nunca te quis tanto
acho que te quis sem querer
não dependeu de mim, creio
mas agora que te tenho quero-te

Quero-te como nunca quis antes
talvez te queira por te ter
talvez te tenha por querer

Nem sempre temos o que queremos
Nem sempre queremos o que temos

Eu tenho-te e quero-te
Eu quero-te e tenho-te

Sou feliz por te querer 
Sou feliz por te ter

Marta Santos 10.º D

10 de abril de 2018

Ai como é bela

pintura de Chagall
Mas sem olhos para o perceber
Dona de uma beleza inexplicável,
Porém não gosta de se ver
Como pode ser possível?

Ai como é bela
Daria tudo para ser dela
Mas ela não me quer pertencer
E maldita seja por ser mais bonita a cada dia
Como pode ela não me ver?

Ai como é bela
Deus não foi justo quando a fez, com certeza
A natureza hoje está invejosa
Por ela possuir mais beleza
À que devia ser a mais formosa.

Ai como é bela
E não basta ser maravilhosa
Teve que me encantar
E ainda ser bondosa
Realmente não a mereço.

Ai como é bela
Mas diz ser inocente e não o ver
Cada dia mais me cativa
Será que ela não percebe
Que para mim é a mulher mais bonita?

Ai como é bela
Mas cheguei tarde demais
Agora ela chora por canais
Ficção é o que lhe enche o coração
E agora é outro que a tem na mão.

Diana Fialho Ferreira, 10.°D

21 de março de 2018

O abecedário dos animais e… outras coisas que tais!




A é a aranha que apanha.
B é o burro que dá um grande zurro.
C é o crocodilo que nada no Nilo.
D é a doninha que está em linha.
E é o elefante que é amante.
F é a foca que está na toca.
G é o gorila que brinca com argila.
H é a hiena que tem pena.
I é a iguana que mordeu a Ana.
J é o jacaré que anda a pé.
L é o leão que é  mandão.
M é o morcego que não tem sossego.
N é o nandu que anda nu.
O é o orangotango que come morango.
P é o pica-pau que diz " Xau xau."
Q é o quivi que faz "Hi !Hi!!"
R é o rinoceronte que bebe água da fonte.
S é a serpente que perdeu um dente.
T é a tartaruga que orquestrou uma fuga.
U é o urso que ganhou o concurso
V é a vaca que dorme numa maca.
W é o ... What???
Xavier sabes o que é??
Y? Yes, já descobri!
Vamos ao Z ...
Z é a zebra que está na lista negra.

Cristovão Fernandes, Nazario Karapchuk e (com a pequena ajuda do) David Stanislavov , 7ºG (alunos do Apoio PLNM) 

23 de fevereiro de 2018

Cantiga de Bem de Dizer

pintura de Júlio Maria dos Reis Pereira, 1976
És tudo para mim
Tu, cujos olhos são como pérolas,
Que possuis palavras sedutoras.
És melhor que todas elas,
Superior a todas as senhoras.
     És tudo para mim!

És Formosa como as Rosas,
Teu toque é inesquecível.
Tuas curvas são maravilhosas,
Ficar sem ti parece impossível.
     És tudo para mim!

Teu coração é macio,
Se continuar a bater.
Morro de arrepio,
Só de pensar em te perder.

     És tudo para mim!

Diana Santos 10.ºD

9 de fevereiro de 2018

Ai como tu és bela

pintura de Greg Spalenka
Hoje está um dia de frio,
Queria que me viesses aquecer.
Fico com arrepio,
Com medo de nunca mais te ver.
     Ai, como és bela.

Tua sabedoria é inigualável,
Como belas são as tuas palavras.
Teu sorriso é inquebrável,
Eu morro de amor por ti.
     Ai, como és bela.

Quando estou contigo,
Só te vejo a brilhar.
Algo que controlar não consigo,
É parar de te olhar.
     Ai, como és bela.

Beatriz Bernardino 10.ºD

22 de janeiro de 2018

TRÊS GATOS

O David conta-nos, em quadras ao gosto popular, a história de três gatos traquinas.


Um gato, dois gatos, três gatos,
Os gatos andam a brincar
E foi lá a minha irmã
Para os assustar.

Partiram três pratos
Em busca de comer,
Ficaram com o pelo espetado
E começaram a correr.

Para ir ao baile da terra
Vestiram-se "à maneira"
Com uns grandes suspensórios
E calças de serapilheira.

Chegando ao destino
Viram uma linda gatinha,
Mas como era só uma
Desencadeou-se a guerrinha.

A dona sabia bem
Que todos queriam a beldade,
Ela não foi na conversa
E tornou à sua herdade.

Os gatos por lá ficaram
Cansados de tanto dançar,
Quando voltaram para casa
Foram-se logo deitar.

                      David Serrazina, 10º C


2 de julho de 2017

Tempo que foge...


Tempo,
Tu que foges mais rápido que o vento,
Não te sei usar,
Meu tempo.

Sempre, dia após dia, 
Afligindo-me,
Que o tempo passa
E só a lembrança fica.

Bates forte em mim,
Oh Senhor das pressas,
Tu que nunca regressas 
E nada me deixas a mim.

Enfim te deixo
Porque não te tenho.
Acolhe este desabafo,
Que tu não voltas, mas eu já venho…

Rafael Sousa, 12º B

4 de abril de 2017

Pode ser?

Paul Klee, Flora on sand, 1927
Pode ser, digo eu
Pode ser sim.
E porque não?

Porque me perguntam,
Se respondo sempre: Pode ser?

E o que pode ser?
Neste mundo o que pode ser?
O que se pode ter?
Se o mundo nos dá o céu, o mar e a terra também?

Vamos nós também dar um pouco de nós,
Pode ser?
Vamos deixar cada qual a sua marca,
Marcar a diferença, sonhar, lutar, concretizar,
E fazer um mundo melhor.

Pode ser?


                           Rafael Sousa, 12.º B

21 de fevereiro de 2017

A MIM

Fernando Pessoa continua a interpelar os jovens leitores da nossa escola, como nos mostra este poema do Rafael.

Paul Klee (1916)


Ai que rima faço eu mal
Por rimar sem rimar!
Se alguém que por natural rimasse
A mim me deixasse embalar…
E ainda há quem diga
que a rimar se pinta a vida.

Nem pincel nem cordel,
Nem coisa alguma que seja,
Senão sempre o mesmo Norte,
Mas sem força guerreira que aponte
Esse Norte para cima,
Só a força humana,
Só o caminho da vida,
E num piscar de olhos –
Sul!

Ai! Que coisa!
Vontade Humana?
Ai! Que coisa!
Que tempos vivo, feliz,
E ser hoje feliz
É ter sido ontem esmagado.
E o ontem sendo um hoje
Queria eu não tê-lo feito.
Estúpida vontade humana,
Pensar que sabe onde é o Norte.

Alberto Caeiro rimava sem rimar
E eu sem rimar rimo.
Sei lá que figura de estilo,
Eu uso o que costumo:

Nem métrica nem versismo,
Neologismos e o que esteja a pensar.
Meio Caeiro meio vinte e um, (sismo!)
Que de tremer, este século
Me está a desnortear.

Ah! Porque escrevo nem eu sei
O que escrevo só eu sei.
Poder ser poeta e fingir
E fazer alguém sentir que fingiu.
Mas sou um reles inventor.

Nem mitologias gregas,
Como dos outros de que ele se fingiu,
Nem rima com rima,
Nem rima sem rimar.

E depois,
Perdido na modernidade, olho.
O que mudou?

Lembra-te da cena de amanhã,
Imagina, (perspetiva), a cena de ontem.
(Que mundo?)
(Que Norte?)

A cada guinada sinto,
Sinto o vento que passa,
E vejo na rua o novo
(eis, mais).

Também que queríeis, oh?
Sempre o mesmo?

A andar ou a correr
Todos lá iremos ter.
Lá isso é verdade,
E não há quem negue o facto.

Tu que estás aí esparramado
Levanta-te, que não és farrapo,
Mexe-te, faz-te à vida.
Mas não mandes no Norte!
Nem tão pouco na Sorte,
Nem no Mundo,
Nem no natural,
Nem no abstrato,
Nem no mais pormenorizado retrato,
De ti.

Arte é não saber onde fica o Norte
E nunca estar desnorteado.

Não dê eu tudo por perdido,
Por poeta não ser,
Mas um coração ter
Que te acompanhe

Nessa tua vidinha…

Rafael Sousa, 12º B

7 de fevereiro de 2017

NOVA POESIA TROVADORESCA #2

Parodiando a poesia dos trovadores.

Representação medieval de uma alfaiataria
Se eu pudesse comprar
Um casaco que me chamou,
Era um bocado caro de se pagar
Mas o coração me tirou!
Assim aconteceu,
       Mas se o pudesse comprar
       Não precisava de andar sandeu.

Mas não o posso comprar
Porque espaço no roupeiro não sobrou,
Tanto isto me faz sonhar
Que já nem sei para onde vou!
Muito triste fiquei eu,
       Portanto se não o comprar
       Hei-de andar sandeu.

Mas rezo a Deus que me possa ajudar
Já que o lindo casaco não ajudou,
 Talvez se o comprar,
Aconteça um milagre, tal como se rogou!
E que mal que me deu,
       Pois se o pudesse comprar
       Não precisava de andar sandeu.

João Lourenço   10º D

29 de janeiro de 2017

ODE AOS ORGULHOSOS EM SI PRÓPRIOS

Picabia, 1912
Liberdade de ser eu
Ai tão bom a liberdade de poder ser eu!
Não quero ser mais ninguém,
Por mais posses e dinheiro que possa ter,
Por mais beleza e saúde que possa ter,
Por mais tanta coisa que toda a gente inveja!
Não quero ser mais ninguém
Toda a gente já é alguém 
E como eu não há ninguém 
E eu posso ser eu 
E tenho liberdade de o ser
Então porque não hei-de sê-lo?

Tenho tanto amor àqueles que são eles,

Tanto amor que chega a ser doentio.
Tenho amor àqueles que não têm medo,
Não têm vergonha,
Não temem nada em serem eles próprios!
Amo obsessivamente homossexuais assumidos,
Amo obsessivamente mulheres que lutam pelos seus direitos, 
Amo-me obsessivamente por me ter descoberto e não ter vergonha 
Não ter vergonha do que sou e do que escrevo!
Amo obsessivamente quem não se cansa de gritar,
De gritar o que ama, 
De gritar o que o move,
De gritar o que sente!
Tudo isto é o que faz o meu coração palpitar,
O sangue correr-me nas veias,
Os meus pés caminharem
E espezinharem o preconceito
E o medo de ser quem somos!

AI! O respeito, 

O respeito pelos outros, 
O respeito por aqueles que não são iguais a mim 
E não têm vergonha de não serem!
Ai! Dou a minha vida pelo respeito,
Dou a minha vida por um mundo com tanto respeito quanto eu 
Tenho por esses,
Muitas vezes chamados de tolos
Que para mim são heróis,
Esses, que são verdadeiros a eles próprios! 

E agradeço a minha existência,

A minha vida,
O eu que hoje sou,
A quem não tem medo de ser
E não apenas existir!

               Lícia Fialho, 12ºE

10 de janeiro de 2017

NOVA POESIA TROVADORESCA

Iluminura do séc. XIV
Se eu pudesse desamar
A quem sempre me desamou.
E procurar outro alguém para amar
Deixar quem nunca me amou!
Era feliz assim, eu
       Quero amor dar
       A quem amor me deu.

Não me posso deixar enganar
Por quem já me enganou,
Por quanto me fez lutar
E que por mim nunca lutou.
E quando percebi, infeliz fiquei eu
       Quero amor dar
       A quem amor me deu.

Mas agora encontrei quem me faz sonhar
Alguém que por mim sonhou,
Aquela pessoa que me faz acreditar
E que em mim sempre acreditou
E agora, feliz sou eu
       Quero amor dar
       A quem amor me deu.

                                Rafaela Quitério, 10º D


8 de dezembro de 2016

ODE

Da Aurora Monteiro, do 12.º ano, uma ode - intensa e irreverente, numa bela revisitação de Álvaro de Campos.


Papoilas orientais, pintura de Georgia O'Keeffe
               Canícula

Agradeço o sensacionismo da vida.
Aprecio o dilatar de pupilas, aquele evidente…
Por simples razões, amar, estimular, amar,
Amar por fora, amar por dentro,
Estimular por dentro, por fora,
Pensar, não pensar, pensar!

Venero o amor com mistério, amar com segredo,

O ver sem poder olhar,
O falar pelos olhos e pelos eriçados,
Falar por suspiros, falar, falar, sentir, consciente, inconsciente, falar!

Amo o entrar pela porta secreta e, simplesmente, amar,

Entregar-me ao amor, dar-me aos arrepios,
Oferecer da minha estranheza ao outro, da minha virtude ao mesmo.
Arder por dentro, pela proibição,
Amar por fora, pela excitação!

Mas não é fazê-lo que fascina,

É o sentir que deslumbra,
O abrir e fechar portas, esperando não errar,
O olhar inquieto, o mexer de dedos desejoso,
O silêncio que agita, o respirar que mata.

E estimular? Estimulante que nos faz esquecer, nos faz querer, nos faz desejar,

Querer agarrar sem sair do sítio, querer destruir com os olhos,
Ouvir aqueles passos e adivinhar aqueles cheiros!
Sair, andar, ver-me de fora, pensar-me a voar, querer, querer, querer!
Ser da noite, ser de quem me levar, ser do mistério, ser do vício enublado.

Ter aquela mania, aquela que é pecado, mas pecado? Todos somos pecado!

Todos somos carne desejada, ânsia uns dos outros…
Planeamos o momento auge a cada segundo, tencionamos tê-lo a cada minuto,
Tão juntos e tão distantes, tão encravados nas vozes, nas sensações e no desejo!
No fervor, no fogo asfixiante, no picante, no ardente, no desejo, no desejo!

Bate-me, sente-me, segue a minha mão, deixa-me gritar, deixa-te levar,

E depois chora, chora nesse mar, o mar do abuso, do uso e do desfloramento da alma!
Não deixes ninguém ver, anda, vem, senta-te, bate-me, bate-me mais,
não chega, não estás a tocar!
Ousadia, irreverência… Espanquem! Surrem! Maltratem! Apenas façam!
Fruir da mistura de tudo, excitação, felicidade, tristeza, depressão,entusiasmo, melancolia!

Estou sedenta de desejo, quero comer o amor, quero provar do que nunca foi meu,

Mas sempre me pertenceu, amo querê-lo loucamente porque sem isso já não sou nada!
A obscuridade da minha alma agarra-me, possui-me, quer-me…
Infortúnio, porque me levas?
Estou a morrer de desejo, adoro entregar-me a alguém, a algo, leva-me, leva-me!
Vou prender-me a alguém, como já me prenderam, ser de ti, seres de mim, tu, eu, desejo, tu, eu!
Mas eu sou apenas eu, só eu, apenas um passarinho inocente que voou no ar…

                                       Aurora Monteiro, 12º ano