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25 de abril de 2023

O 25 DE ABRIL

Assim celebraram os nossos alunos do 9ºA a revolução dos cravos.

Era um tempo cinzento, sem cor nem sabor, O medo era rei, a liberdade sem valor. Mas no dia 25 de Abril O povo saiu à rua, com vontade de mudar Portugal.

De cravo na mão, cantava-se a canção da paz, A alegria era tanta, que até o céu sorriu por nós. A ditadura caiu, a liberdade renasceu, A democracia venceu, a esperança floresceu.

Foi um dia histórico, que nunca será esquecido, O povo conquistou o direito de ser ouvido. Hoje, olhamos para trás e lembramos com emoção O dia em que Portugal acordou para a revolução.

Viva o 25 de Abril, a liberdade e a democracia! Que nunca mais sejam negados nem esquecidos os valores da cidadania!

António Anastácio, Francisco Monteiro, Gaspar Costa, Simão Ferreira, alunos do 9º A 



31 de março de 2023

LEITURAS À SOLTA

 

Um podcast realizado pela Margarida Catarino e pela Margarida Fernandes, com o apoio do Henrique Mendes - alunos de Literatura Portuguesa, do 11º D. Ouçamos a sua interpretação de  A Relíquia, de Eça de Queirós. Clique aqui



15 de março de 2023

PARA SALVAR O PLANETA NÃO BASTA QUE A POESIA SAIA À RUA

 Um título provocador e bem escolhido, para uma reflexão da Maria Costa acerca da diferença que pode haver entre o que defendemos e o que praticamos. Ora leiam.

Pintura de Jessie Arms Botke - Garças e Lótus


Neste texto, pretendo dar a minha opinião sobre como nos manifestamos e expomos as nossas opiniões em relação ao tema “Salvar o Planeta”, e como raramente fazemos o que defendemos.

Na minha opinião, falamos muito sobre como salvar o Planeta e como queremos sempre fazer o possível para que isso aconteça. Contudo, não conseguimos fazê-lo totalmente, porque, na maioria das vezes, não pomos em prática o que dizemos. E com frequência arranjamos justificações para não o fazer.

Por exemplo, afirmamos que é preciso fazer a separação do lixo. Mas provavelmente não o fazemos… ou não temos os contentores ao pé de casa; ou não temos os recipientes adequados; ou simplesmente
não queremos saber e não estamos preocupados com isso.

Também dizemos que precisamos de utilizar mais os transportes públicos, como forma de reduzir os combustíveis pouco amigos do ambiente, pois sabemos que, se todos adotássemos este comportamento, contribuiríamos de forma significativa para o bem-estar do Planeta.

Além disso, se andássemos mais a pé ou de bicicleta, também estaríamos a contribuir para a melhoria da nossa saúde. É certo que, muitas vezes, não conseguimos adotar estes comportamentos por causa da falta de transportes públicos nos lugares onde vivemos, o que dificulta as deslocações, mas também sabemos que é mais confortável andar em carros particulares.

Outro exemplo é o abate de árvores. Dizemos que não devíamos abater tantas árvores, para conservar o Planeta e o nosso ambiente, mas mesmo assim consumimos muito papel e derivados do papel. E muitas vezes nem nos lembramos da importância que as árvores têm na nossa vida, sendo elas uma das principais fontes de produção de oxigénio.

 Também sabemos que, com as alterações climáticas, têm vindo a verificar-se mais períodos de seca no nosso país e no mundo. Vemos constantemente nos telejornais que a população consome e desperdiça muita água, por exemplo a tomar banho, a lavar os dentes, a regar os jardins, a lavar o carro ou a encher as suas piscinas particulares. Mais uma vez, não fazemos o que dizemos para salvar o Planeta, e não conseguimos pôr em prática hábitos sustentáveis.

Concluindo, ainda temos um longo caminho pela frente. Vamos ganhando mais consciência da importância de alterar alguns dos nossos comportamentos e hábitos, para não prejudicar gerações futuras. No entanto, são poucas as ações que fazemos no nosso dia a dia que tenham como objetivo não prejudicar o Planeta.

Maria Costa, 7ºC

12 de fevereiro de 2023

SORRISO DA PRIMAVERA

Damos a ler, com muita satisfação, um novo poema da Angélica.

Pintura de Alix Aymé (1894 - 1989), A rapariga de olhos dourados

As noites tornam-se longas.
Não vejo nada,
Não ouço nada,
Apenas sinto o que um dia já senti,
O vento gélido que se entranha,
As gotas que escorrem e caem,
Mas…
Pensei em ti e…
Uma brisa suave fez-se sentir,
O sol brilhou por dentro das nuvens,
A água cristalina correu pelo rio,
Um pássaro cantou,
Uma borboleta voou,
Uma flor nasceu,
Sorri,
É Primavera!

                                 Angélica Lourenço, 12º D

7 de dezembro de 2022

CHAMO-ME ART E TENHO 90 ANOS

Da Ana Lourenço: escrever pondo-se no lugar do outro - duplamente, como num jogo de espelhos. Bem interessante.  

 


Mais uma tarde chuvosa de janeiro! Vou ficar na janela do meu segundo andar, a olhar quem passa. Nesta cidade, anda-se de carrossel.

Um jovem, creio que de vinte e poucos anos, protagonista da sua vida, anda de um lado para o outro, perdido. Parece perdido. Do que precisará ele? Orientação? Ajuda, um conselho amigo?

Observo-o cada vez mais curioso, dou comigo a pensar “será que vai fazer-se ao caminho ou ficar ali naquela chuva?”

De repente, revejo-me com aquela idade, de barbas bem tratadas, um pouco mais corcunda, mas nunca me faltou a postura, coisa que se foi perdendo com o tempo. Era um homem bonito!

Ele parecia inquieto a olhar para o telefone, assim como todos os outros como ele, que ali passam. Surpreendo-me que deste andar ainda consiga ver bem, da mesma maneira ou melhor do que quando tinha a sua idade. Talvez ele precise, depois de ouvir, ver. Se for esse o caso, chego-me à sua beira “Chamo-me Art e tenho 79 anos, visão apurada que me oferece um bom sentido de orientação, estás perdido, amigo?”.

Talvez ele apenas precise de fazer aquilo que recusei na sua idade: ouvir quem me dava as direções.

Ana Lourenço 12º D

23 de novembro de 2022

OS NOSSOS POETAS

A Angélica Lourenço partilha connosco um poema a pedir leitura atenta, que aceite acompanhar este convite à indagação de si. Muito bem, Angélica!

Pintura de Ton Dubbeldam, Water Garden

PASSAGEIRO

É água que escorre pelos dedos.
É uma faca de dois bicos,
Tanto movimenta, como estabiliza,
Tanto gera, como desola,
Tanto massacra, como cura.

Se o instante que está por vir é o futuro,
E o instante que passou é o passado,
Então o presente é um ápice… uma ilusão?

Criámos o relógio para controlar o tempo,
Mas é o tempo quem nos controla.
Corremos contra os ponteiros,
Aspiramos a eternidade na efemeridade.

O tempo está a terminar?
Não! Ainda falta… a primavera mal começou!
Será que falta?
Acredito que sim…
Quero acreditar que as flores estão a desabrochar,
Quero acreditar que os pássaros estão a cantar.

Mas sinto um ar gélido,
Que se entranhou e me arrepia.
Vejo folhas secas, folhas caídas.

Assim que pisei o mundo
A minha contagem regressiva começou,
Desconheço quanto tempo me resta,
Ninguém me diz, ninguém sabe...
Porque haveriam de saber?

O desconhecido é intimidante,
Devo viver na suave ignorância
Ou na dolorosa consciência?

Uma coisa eu sei!
Nada posso fazer senão continuar.
O tempo é passageiro, é finitude,
Velhos sábios ou jovens ousados,
Ambas as histórias terão um ponto final
E eu nada posso fazer
Senão continuar esta caminhada,
A caminhada de um mero passageiro.

Angélica Lourenço, 12º D

31 de maio de 2022

ASSIM QUIS O DESTINO

Integrado no projeto DAC que o 10º D/E desenvolveu este ano, um outro poema do Martim, desta vez de temática inesiana.

 

Giovanni Prini, Os Amantes, 1913

Reinava Afonso IV
No reino de Portugal
Nunca ninguém pensou
Que a história acabasse mal

D. Pedro, jovem príncipe
Gago e inteligente,
Apaixonou-se por Inês
Uma jovem sorridente

Um amor inesperado
Que tanta lágrima derramou
Assim estava destinado  
Para acabar como acabou

Triste história de vida  
Sofrimento e solidão  
Triste destino traçado  
Que lhe feriu o coração
 
Pedro era casado com Constança
Um casamento com fim traçado
Pois D. Pedro, el-Rei “Cruel”,
Por Inês andava enamorado

Nunca pode ele prever
Que seu pai a mandasse matar
Ali encontrou Inês
Deitada sem respirar

Malditos homens cruéis
Com ganância e frieza aos molhos
Mataram Inês de Castro  
E D. Pedro lhe fechou os olhos

D. Pedro jurou a seu pai
Que nunca se vingaria
Mas depois da sua morte
A promessa não cumpriria

Muito chorou D. Pedro
Tanto sofreu por amor
Assim quis o destino
Destino que lhe trouxe dor 

 

Martim Carvalho, 10º D

08/04/2022

22 de maio de 2022

DESAMORES

 Do Martim Carvalho, 10.ºD, um poema que diria inspirado nas rimas de Camões. 

Rosas,  1871, Henri Fantin-Latour

Não são rosas
Não são flores
Nem são pétalas
São desamores

São espinhos negros
Que picam meu leve peito
Não são aroma cruel
Sobre o qual me deito

Não tem cor
Tem pouca sorte
Não conhece amor
E espera pela morte

Morte que dói
E que acompanha a vida
Quão triste será
Acabar de alma perdida

Tanta dor que acarretas
E que não deixas ir embora
Assim que chegas mais perto
Vemos que já está na hora

Não é paixão nem amor
É só dor e sofrimento
Não é alegria nem sorrisos
É uma espera pelo tempo

Tanto tempo esperamos
Com medo de a morte chegar
Mas a morte é inofensiva
E a mim não me vai assustar

Martim Carvalho, 10º D

(27/04/2022)


21 de janeiro de 2022

AVENTURA EM COPACABANA

 

Tal como o texto que antes publicámos, também este foi produzido no Clube de Escrita Criativa da nossa escola, e em resposta ao mesmo desafio: imaginar-se turista num determinado país e registar, em dez minutos, uma das suas aventuras mais peculiares. 

 

Ilustração de Lisa Congdon

Tínhamos chegado há 3 dias. A praia de Copacabana estava lotada, como de costume, mas o meu objetivo naquele dia era, sem dúvida, chegar ao Cristo Redentor. Afinal, quem é que tem a coragem de ir ao Rio sem tirar uma fotografia à frente daquela imensidão de arte que é a escultura mais famosa da América do Sul?!

 Enquanto caminhava ao calor ardente em direção àquela obra-prima, vi de tudo e, claro, fotografei tudo o que de bonito vi. Parei no areal, queria tirar uma fotografia à linha do horizonte, estava linda, de onde eu a via, dava vontade de a alcançar e ver os mistérios que esconde. Enquanto preparava o foco da câmara, passa um pássaro lindo, talvez típico da região e, com todo o atrevimento do mundo, tem a audácia de voar para longe com a minha câmara. A câmara que comprei especialmente para esta viagem!

 Corri pela praia, pelas ruas, sinto que corri o Rio de Janeiro inteiro atrás daquela ave rara que me roubou em plena luz do dia. Sempre soube que era um destino de férias perigoso, mas jurava que ia ser uma pessoa a assaltar-me, não um animal em fuga. Fui de encontro a todas as pessoas, acho que a certo ponto até derrubei alguém. Já devo estar nas bocas do Rio como a doida que corre atrás de bichos.

Não conseguia apanhar aquele bicho infernal. De repente, vejo-o a pairar sobre o ombro de uma senhora que, com toda a gentileza, lhe tira a câmara do bico. Como é que alguém é tão gentil com um ladrão? A senhora, com não mais de 50 anos, sorri e eu, com toda a coragem reunida, tento ir falar com ela e explicar-lhe a minha situação.

 Ela ouve, mas sinto que não escuta, só abana a cabeça. Acabo de falar e ela sorri, sinto a esperança de que vou reaver o que me pertence a voltar, mas não, ela vira costas. Ela teve a audácia de me virar as costas! Tentei ir atrás dela, mas perdi-a de vista numa ruela, afinal ela conhece melhor aqueles corredores estreitos que eu.

Agora estou aqui, no avião, sem câmara, sem fotografia no Cristo Redentor, com as pernas doridas de tanto correr. O que trouxe dessa viagem é apenas mais uma história para os meus amigos se rirem de mim. Mas fico avisada, o perigo do Rio de Janeiro são os bichos, não os ladrões ou favelas.

 

Beatriz Bogalho, 12ºD