20 de outubro de 2015

OUTROS MUNDOS OUTROS SERES

fotografia de George Brown

     A existência de extraterrestres é um assunto polémico há vários anos. Muitas pessoas crêem que existem seres com o poder de viajar grandes distâncias pelo cosmos, e que poderão mesmo encontrar-nos, num dia que se tornará apocalíptico. Mas será isto uma possível realidade ou apenas fruto da ingenuidade e superstição humana?

Já os dedutivos filósofos gregos ponderavam sobre tais existências, há mais de dois milénios. Logicamente não imaginavam grandes naves espaciais que se movem à velocidade da luz, por onde saem homenzinhos de grandes olhos com armas laser bem firmes nos seus três dedos (pelo menos, não me parece que imaginassem). De qualquer forma, este é um cenário altamente improvável, não só pelas dificuldades tecnológicas que apresenta, mas principalmente pelas dificuldades evolutivas. É milagroso o facto de termos chegado a este patamar evolutivo, tendo em conta os vários factores necessários. Teve que ter lugar uma enorme cadeia de acontecimentos para que esteja neste momento a ler este texto, que passa pela altura em que a Terra sofreu um impacto colossal e ficou ligeiramente inclinada. Aliás, um evento tão simples como a cheia de um rio pode ter afetado o nosso desenvolvimento cognitivo há milhões de anos.

Com tudo isto não quero provar a inexistência de extraterrestres, mas sim mostrar que não serão seres evoluídos que se assemelham a nós. Numa vastidão tão grande como a do cosmos, acredito que haja até mais que uma espécie em mais que um planeta, mas serão formas de vida muito diferentes e mais simples que nós.

Ainda assim, imaginemos que somos visitados por habitantes de um planeta distante. Deveria este cenário aterrorizar-nos? Para responder a esta questão, o melhor é olharmos para nós mesmos. Podemos notar que à medida que uma determinada comunidade evolui, também o seu nível ético aumenta. Tomemos como exemplo a abolição da escravatura e os esforços crescentes para a preservação e o bem-estar animal. Os seres extraterrestres provavelmente teriam um nível ético superior, pelo que respeitariam as nossas vidas, tentando interagir pacificamente connosco.

Tanto quanto sabemos, não podemos excluir a hipótese, apesar de mínima, de sermos invadidos por seres sedentos de sangue, mas valerá mesmo a pena focarmo-nos tanto nesse lado negativo? Seria como viver com o medo constante de um relâmpago nos cair em cima. Até podemos ter liberdade para mudar a sociedade, mas numa escala tão inconcebível como a do Universo, não há escapatória ao nosso futuro. Existem tantos outros perigos mais reais, não só vindos do espaço, mas mesmo do nosso ambiente degradado e da nossa espécie egoísta! 

O que me leva a pensar noutra questão: caso entremos em contacto com outra civilização avançada, conseguiremos lidar com essa espécie, quando nem com a nossa conseguimos?

Alexandre Pinho, 11.º B

4 comentários:

Lucília disse...

Gostei, sim senhor. Que o autor continue inspirado!

Soledade disse...

Também achei este texto muito bem escrito, volto a dizê-lo aqui ao Alexandre :-)

Zita Nogueira disse...

Parabéns, Alexandre! Continua...

paula cristina ferreira disse...

O perigo está na incapacidade de inverter o ciclo.
E se desligarmos o computador e o telemóvel e formos à procura dos amigos de carne e osso?
E se falarmos mais com os nossos avós e pensássemos nas suas sábias palavras?...
Parabéns, pela reflexão