Quando se olha de longe, parece um harmonioso edifício de azulejos azuis-escuros e janelas. À medida que nos aproximamos, os azulejos ganham mil cores e refletem a luz de uma forma diferente, e desconfiamos. Assim que estamos suficientemente perto e, por cima da entrada principal, podemos ler “Solar XXI”, não existem dúvidas: os supostos azulejos deste edifício do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) são afinal células fotovoltaicas.
Somos então recebidos no “Solar XXI” e levados até a uma sala com um aspeto diferente. O gentil arquiteto que nos recebeu explica as estratégias envolvidas na construção deste edifício de baixíssimo consumo de energia, incluindo os estranhos aspetos da tal sala. Aprendemos, nesta primeira interação, que reduzir o gasto da energia que é usada na regulação da temperatura de um edifício é essencial. A simples técnica de baixar o estore durante o verão, evitando, assim, recorrer a um ar-condicionado, é fundamental para reduzir o consumo de energia. Outro exemplo curioso, de entre muitos que nos foram apresentados, é o facto de se poder aproveitar a energia térmica que se gera junto aos painéis fotovoltaicos exteriores (os tais “azulejos” das paredes) para aquecer o interior que lhe está adjacente. No final desta conversa, ficámos a saber ainda que, uma vez que a atividade dentro do edifício decorre durante o dia, é importante existirem muitas janelas e aproveitar-se a luz diurna para iluminação do local. Assim, fora raras exceções, o gasto de energia em iluminação é quase desprezível.
Após esta conversa somos levados até outra sala e recebidos por um outro investigador do LNEG. Nesta segunda parte da visita discute-se o aproveitamento elétrico ao nível dos painéis fotovoltaicos do exterior do edifício, que vão servir para produzir energia elétrica através da radiação solar. Em primeiro lugar, foi-nos mostrado o aproveitamento do processo fotovoltaico consoante as estações do ano. Não fazia ideia de que era durante o inverno que mais energia fotovoltaica se produzia: o facto de o sol se encontrar mais próximo da Terra e, por isso, se captar uma radiação mais intensa, é determinante no rendimento do processo fotovoltaico. Mas surge a questão das nuvens: no inverno existem mais nuvens (e negras, que absorvem mais radiação), como se obtém nesse caso um maior rendimento? É que existem células fotovoltaicas cujo espetro de absorção é mais intenso para radiações que as nuvens não absorvem. Apercebemo-nos então de que existe todo um vasto trabalho de investigação cujo objetivo é a procura das condições a que se deve sujeitar uma célula para que o seu aproveitamento seja máximo.
Ao cabo destas duas conversas, aprenderam-se coisas muito interessantes do ponto de vista da poupança de energia e da sua produção renovável. Apercebemo-nos ainda de que uma maior consciência acerca da natureza dos edifícios e o aumento da utilização destas técnicas na sua construção seria uma grande vantagem para as nossas cidades, tanto do ponto de vista monetário (tendo em conta que se poupa em energia) como do ponto de vista ambiental (na medida em que a energia utilizada no edifício é de uma fonte renovável).
Em suma, acredito que esta visita ao Solar do século XXI do LNEG foi um momento importante para o nosso 12ºB, na medida em que se aprendeu sobre o funcionamento e a utilidade que os edifícios de baixo consumo de energia representam. “Em direção à energia zero”!
Pedro Constantino, 12º B
1 comentário:
Gosto sempre de saber dos teus pontos de vista, Pedro :-)
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