A vertente humanista e universalista d’Os Lusíadas está presente
na fé depositada nas capacidades do Homem para superar os seus limites. Apesar
de ser um louvor centrado nos portugueses, a epopeia de Camões enaltece o ser humano
em geral e a sua capacidade de se transcender.
De facto, o Poeta propõe um modelo de herói – o Homem
perfeito, aquele que reúne qualidades como a coragem física e que supera as adversidades
que enfrenta. Mas o poeta realça que não são apenas força, coragem e espírito
de sacrifício que fazem o herói, pois os padrões éticos, o amor ao bem comum, o
conhecimento e a cultura têm um papel importantíssimo no que toca a alcançar um
nível superior de humanidade.
Assim, ao longo da epopeia, nas considerações que tece, Camões
ensina-nos a tornarmo-nos mais humanos. É o caso do Canto VI, em que aponta o
que não devemos fazer nem ser. Não devemos, por exemplo, aproveitar-nos dos
feitos de outros, pois a fama e a glória só são válidas se formos nós a
conquistá-las, humildemente. Com efeito, não são os que nascem socialmente privilegiados
que se consagram heróis, mas sim aqueles que lutam e que, apesar de todas as
adversidades, nunca desistem.
Também no canto V o Poeta nos apresenta a sua ideologia de
herói. Um herói tem de ser culto, interessar-sepelas artes e pela literatura – quebrar limites geográficos não basta, o Homem necessita de alargar também a dimensão cultural.
Em suma, a visão humanista e universal do Homem está bem
presente n’ Os Lusíadas. Camões
pretende que não só o rei D. Sebastião (a quem dedicou a epopeia), mas todos os
homens da sua época e de épocas futuras se tornem maiores, mais humanos.
Inês Penas, 12º A
1 comentário:
Um belo texto, Inês :-)
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