15 de fevereiro de 2013

Perfeição imperfeita


É fácil imaginar um mundo perfeito em que todos os seres viveriam em perfeita harmonia. Mas seria exequível? Sendo exequível, a vida teria o mesmo sentido, a mesma graça?

O Homem é um ser que não consegue viver na perfeição. Sente-se mais realizado se cumprir os seus objetivos no limite. No entanto, os objetivos do homem raramente são encontrar a harmonia ou fazer o próximo feliz. Nós, pessoas, não temos por hábito atitudes altruístas e, quando as temos, há sempre uma segunda intenção que joga a nosso favor. As celebridades, por exemplo, que doam valores exorbitantes para caridade, não o fazem para ajudar. Se esse fosse o objetivo, não pensariam nos necessitados só depois da fama e do dinheiro. Os religiosos, contrariamente, ajudam toda a vida, embora seja com medo da fogueira.

Nós somos egoístas, mas mesmo assim não nos conseguimos fazer felizes. Temos sonhos e objetivos, porém e curiosamente, aos nossos olhos os nossos sonhos são irrealizáveis e nem merecem que se lute por eles. Nascemos já derrotados. Apesar de vivermos para nós próprios, a preguiça apodera-se da nossa felicidade. 

Uma vida perfeita não tem graça, mas uma vida infeliz não é diferente. Digam-no os suicidas que esperam por uma vida melhor noutra dimensão que nem sabem se existe, ao invés de combaterem a própria preguiça. Perguntemos aos internados com depressões se alguma vez buscaram oportunidades, em vez de esperarem sentados na cama, e vejamos as suas respostas.

O universo perfeito é possível? Tem graça? Não se sabe. Mas sabe-se da imperfeição em que vivemos e dela vos digo – não tem graça alguma.

Carolina Guerra,11ºB                    

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