É fácil imaginar um mundo perfeito em que todos os
seres viveriam em perfeita harmonia. Mas seria exequível? Sendo exequível, a
vida teria o mesmo sentido, a mesma graça?
O Homem é um ser que não consegue viver na perfeição.
Sente-se mais realizado se cumprir os seus objetivos no limite. No entanto, os
objetivos do homem raramente são encontrar a harmonia ou fazer o próximo feliz.
Nós, pessoas, não temos por hábito atitudes altruístas e, quando as temos, há sempre
uma segunda intenção que joga a nosso favor. As celebridades, por exemplo, que
doam valores exorbitantes para caridade, não o fazem para ajudar. Se esse fosse
o objetivo, não pensariam nos necessitados só depois da fama e do dinheiro. Os
religiosos, contrariamente, ajudam toda a vida, embora seja com medo da
fogueira.
Nós somos egoístas, mas mesmo assim não nos
conseguimos fazer felizes. Temos sonhos e objetivos, porém e curiosamente, aos
nossos olhos os nossos sonhos são irrealizáveis e nem merecem que se lute por eles.
Nascemos já derrotados. Apesar de vivermos para nós próprios, a preguiça
apodera-se da nossa felicidade.
Uma vida perfeita não tem graça, mas uma vida
infeliz não é diferente. Digam-no os suicidas que esperam por uma vida melhor
noutra dimensão que nem sabem se existe, ao invés de combaterem a própria
preguiça. Perguntemos aos internados com depressões se alguma vez buscaram
oportunidades, em vez de esperarem sentados na cama, e vejamos as suas
respostas.
O universo perfeito é possível? Tem graça? Não se
sabe. Mas sabe-se da imperfeição em que vivemos e dela vos digo – não tem graça
alguma.
Carolina Guerra,11ºB
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