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22 de junho de 2020

     Uma fábula muito bem gizada, do Dinis José.
     Há muito, muito tempo, vivia num bosque uma raposa chamada Rouge-Éria La Prada d’Albuquerque que, como o seu nome indica, era de uma família muito importante e rica. Rouge-Éria não tinha amigos, passava o tempo ora no conforto da sua bem decorada toca, ora a assaltar o galinheiro da quinta do Tio Manel. Assim era difícil arranjar amigos…
     – Um dia aquela raposa vai ver... – dizia o Tio Manel indignado, de cada vez que via o seu galinheiro ser atacado. 
     Ora a nossa raposinha, apesar de tudo, não era feliz. Passava pelo bosque e via os outros animais a fazer uma coisa a que chamavam “brincar”. Aliás, os esquilos eram especialistas nisso: passavam o tempo a saltitar de árvore em árvore, a apanhar nozes para o seu sustento, mas também se divertiam,e era isso que intrigava a nossa Rouge-Éria.
     – Como assim, eles riem e divertem-se? – pensava ela – Tenho muito dinheiro, posso comprar tudo o que me apetecer, incluindo felicidade.
     E foi ao quiosque do bosque e pediu:
     – Quero 1 litro de felicidade, tenho sede de ser feliz! Pago o que for preciso! – disse a raposinha, decidida, à coruja Sabiá, que era muito sábia e tentava sempre ajudar quem precisava.
     – Para ser feliz tens de arranjar amigos! – disse a coruja Sabiá – Pensa nisso, não passes tanto tempo sozinha e lembra-te de que o dinheiro não compra tudo. 
     A raposa saíu dali muito pensativa e, de tão distraída que ia, nem reparou na armadilha que o Tio Manel lhe tinha preparado e … Zás Catrapaz… aí estava ela atada por cordas dos pés à cabeça.
     – Socorro! Socorro! Ajudem-me! – gritava ela aflita – E agora quem me há de salvar, se não tenho amigos? É o meu fim, que triste história a minha…
     Lá do alto de uma nogueira, o Esquilo Happy-Jump ouvia as lamúrias da raposa e pensava:
     – Hum… o que faço eu agora? Deixo-a para ali presa, àquela arrogante, mal disposta e de nariz empinado… ou vou ajudá-la a soltar-se?
     E, num pulo rápido, o esquilo pôs-se ao pé da raposa e disse:
     – Olá, vossa excelência… Como tem passado?
  – Ora esquilo, ajuda-me, por favor! Eu prometo recompensar-te com uma grande quantidade de dinheiro! – garantiu a raposa.
     No meio de uma gargalhada, o esquilo disse:
   – Ah ah ah!! Dinheiro… para quê, tenho comida, tenho uma família e muitos amigos, não preciso do teu dinheiro! Mas vou ajudar-te na mesma e DE GRAÇA!
     Roendo as cordas que prendiam a raposa, rapidamente a libertou e avisou-a:
     – Acho que devias ser mais humilde, ligas demasiado aos bens materiais! Olha que a vida é muito mais do que isso! Sabes, amanhã vai haver um grande convívio entre os animais da floresta. Aparece… vais gostar… entre jogos, atividades e lanche partilhado, há montes de diversão para nós.
     Rouge-Éria estava de “queixo caído”.
     – A sério?! – pensava ela – Eu nunca fiz nada de bom por este esquilo e, de repente, ele salva-me a vida, não aceita a minha recompensa e ainda me convida para uma festa?
     Entretanto, o Esquilo Happy-Jump, ao aperceber-se da hesitação da raposa, insistiu:
     – Pensa bem! Quando é que poderás arranjar outra oportunidade destas? O companheirismo, o afeto e a felicidade são aspetos fundamentais para a vida de todos os seres, mas não haverá fortuna que os possa comprar.
     – O que me interessa isso?… tenho dinheiro… posso ir para onde me apetecer e comprar o que eu quiser…
     – É verdade … mas fazes isso tudo sozinha e infeliz! – recordou-lhe o esquilo – Não achas que talvez gostasses de te divertir e conviver com outros animais? Alegria não nos faltará … alegrias partilhadas são alegrias multiplicadas! Acredita … sei do que falo!
     A Rouge-Éria, embora tivesse ficado tocada com as palavras do Esquilo Happy-Jump, procurou mostrar algum desinteresse e retorquiu:
      – Sim … aceito o teu convite, mas ficas já a saber, eu não sei fazer isso a que vocês chamam “brincar” e muito menos “partilhar”!
     Então o esquilo respondeu:
   – Não te preocupe s! Eu ensino-te. Vais ver que não custa nada… nem um único cêntimo – e o esquilo deu uma gargalhada feliz.
     A raposa aprendeu uma grande lição, nem tudo o dinheiro compra!
     Além disso, fez o seu primeiro amigo!


Dinis José Tomás Moreira, 7ºA


20 de janeiro de 2017

A Rute conta-nos uma história doce e triste - a do seu cordeirinho Chico, que tinha uma estrela branca na testa.



“Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais (…) os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento.”                                                                                  
               Charles Darwin


O cordeiro é um mamífero herbívoro. Queria apresentar-vos um, em particular, que infelizmente morreu, neste dia 16 de janeiro em que escrevo este texto, e que dava pelo nome de Chico.

Este jovem animal era altinho para a sua idade, um pouco gordito e de pelo preto encaracolado, com uma estrelinha branca, mesmo no meio da cabeça. Era filho de uma ovelha preta e do carneiro branco pertencente ao rebanho da minha família.

O Chico nasceu no dia 26 de dezembro, e desde então era da minha responsabilidade alimentá-lo no período da noite. Como comia três vezes por dia, e eu nem sempre estava em casa, por causa das aulas, era a minha mãe que lhe dava o leite pelo biberão, nessas vezes. Estabelecemos logo uma relação muito boa. Dava a sensação de que estava sempre a agradecer-me o gesto, por isso andava constantemente atrás de mim. Ainda brincámos bastante. Na verdade, parecíamos amigos!

No dia 10 de janeiro deste ano, nasceu outro cordeirinho. Tornaram-se logo companheiros!

Eu gosto… adorava tratar do Chico e deste que nasceu agora. Mas aconteceu aquilo que ninguém esperava, o Chico morreu!

Fiquei tão, tão triste!!! 

A mãe diz que outros nascerão e que eu terei tempo para os mimar! 

                                                                            Rute Carvalho, 9ºD