1 de novembro de 2017

Todos os Santos e "Halloween": tão próximos, tão diferentes


Há mais de 2500 anos, já os celtas celebravam, a 31 de outubro, o seu novo ano, o fim das colheitas, a mudança de estação e a chegada do inverno.

Esta cerimónia festiva, em honra da divindade Samhain (deus da morte), permitia comunicar com o espírito dos mortos. Nesse dia, abriam-se as portas entre o mundo dos vivos e dos mortos. De acordo com a tradição, nessa noite os fantasmas dos mortos visitavam os vivos. Para acalmar os espíritos, a população depositava ofertas diante das portas das casas.

A festa foi conservada no calendário irlandês após a cristianização do país, como um elemento de folclore. Mais tarde implantou-se nos EUA, com os emigrantes irlandeses do final do século XIX, e aí conhece, ainda hoje, um imenso sucesso. Agora, o Halloween volta a atravessar o Atlântico, em sentido contrário, em direção à Europa, essencialmente por razões comerciais.

Para além das crenças primordiais das origens, o Halloween é um pretexto para fazer a festa e esquecer as longas noites outonais, muitas vezes chuvosas e tristes.

Por seu lado, a solenidade de Todos os Santos é uma festa mais "interior". A Igreja liberta do medo da morte, ao insistir, neste primeiro dia de novembro, na esperança da ressurreição.

Enquanto o "Halloween" é uma festa do medo, com as crianças (e adultos) a divertirem-se a causar medo aos outros e a si-próprias, a evocação católica é uma festa de comunhão com os santos, no primeiro dia de novembro. E de proximidade com os mortos da família, cuja memória se evoca, no dia seguinte

Adaptado de Conferência Episcopal Francesa
Trad. / edição: SNPC - Publicado em 01.11.2017

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