Mostrar mensagens com a etiqueta Caravaggio. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Caravaggio. Mostrar todas as mensagens

26 de abril de 2013

As saudades


Madalena, pintura de Caravaggio
Eu tinha por costume apreciar cada retalho do teu rosto,
Cada luar passado a olhar para a lua,
E, ainda assim, não ver nela o brilho que os teus olhos traziam.
Os traços da tua boca, que revelavam cada segredo que nela trazias,
A alegria que trazias a cada negrume que por vezes eu levava comigo…

Agora só me resta deixar morrer a saudade,
A saudade que desesperadamente cresce,
Cresce lamentavelmente dentro das paredes do meu coração.
Coração que escurece a cada dia com a tua ausência,
Ausência à qual eu já me habituei.

Obriguei a minha mente a esquecer cada palavra que disseste,
Forcei-a a não olhar para os teus dedos entrelaçados nos dela.
O meu coração esmorece quando vê o profundo do céu azul,
Encaixar no penetrante castanho dos teus olhos,
A tristeza que é ter-te perdido!

Eu sempre apreciei o teu cheiro permanente a navegante dos sonhos,
O sentimento que sinto é mais do que amor,
É algo inexplicável aos olhos do ser humano, aos olhos de quem não sente!
O medo que tinha de entrar na tua vida, e agora?
Agora, o problema é apenas sair dela...

Eras o único que me fazia tremer de desespero e chorar de alegria!
Eu prometi que estaria cá para cada problema teu,
Por isso vais ser o único de quem eu vou beber cada lágrima!
Depois relembro a minha alma, e que tens alguém para tal...
E aí choro como louca, perdida na terra da tristeza…

Sei que é ela, a rapariga que tanto desejas, por isso quero acabar com ela!
Ela é eu e eu sou ela, quero ser ela e não sou.
Quero beijar o que ela beija, quero sentir o que ela sente.
Por que razão eu não sou ela? Não passa de uma serpente que rasteja,
E dói-me ouvir cada palavra que lhe sai da boca, com intenção de matar!

                                      Beatriz Sousa, 8º A