10 de maio de 2014

Into the Wild, into the minds


Recentemente, na aula de Filosofia vimos e analisámos um filme inebriante e inspirador, Into The Wild. Realizado por Sean Penn, é a interpretação cinematográfica da aventura de Christopher McCandless que, com 22 anos, sente que vive uma falsidade encenada pela sua família, sendo o seu pai bígamo e a sua mãe conivente, e ambos um pouco superficiais, contrastando com Christopher, que  dispensava o materialismo, a futilidade, a hipocrisia e o modo de vida consumista. A sua identidade não está ainda definida e é no âmbito da procura de si mesmo, do âmago da felicidade e da autenticidade pessoal, que parte para uma aventura, rumo ao Alasca. 

Ao longo de dois anos de aventura, o protagonista assume-se como naturalista radical e adota o nome de "Alex Supertramp", Alex Vagabundo. A sua posição relativamente à felicidade é clarificada quando, moribundo por inanição, e no auge da sua consciência, Christopher se liberta dos dogmas e, ao imaginar-se nos braços da família, reavalia a vida e conclui que a felicidade só é verdadeira quando partilhada.

O filme propõe reflexão e evidencia vários problemas filosóficos. As relações afetivas, a identidade, o sentido da vida, a verdade, o egoísmo, o livre-arbítrio e a felicidade são alguns deles, e são matéria exigente do espírito e do pensamento livre de dogmas.

Este é um filme muito bem construído e especial, desde a narrativa em retrospetiva, passando pela banda sonora, criada por Eddie Vedder e interligada com a ação, enriquecendo-se com as excelentes fotografias da natureza e com o ótimo trabalho do elenco  – particularmente a “encarnação” de Christopher, por Hemile Hirsch – passando pela intensidade emocional das cenas e pela contextualização de citações clássicas que contribuem em muito para a reflexão e para o enriquecimento cultural. 

Concluindo, este foi o filme mais espetacular que já vi, pois observando a descoberta de Christopher, o conhecimento de si mesmo e do mundo, procuramo-nos também a nós próprios. E conhecer o nosso interior é aprendermos a exteriorizá-lo e, assim, a viver.

Beatriz Lourenço, 11º E

1 comentário:

Soledade disse...

Tiveste uma presença frequente e bem interessante no nosso blogue, Beatriz. Quero agradecer-te por isso e felicitar-te.