17 de março de 2014

Humanismo e universalismo d'Os Lusíadas

     
A vertente humanista e universalista d’Os Lusíadas está presente na fé depositada nas capacidades do Homem para superar os seus limites. Apesar de ser um louvor centrado nos portugueses, a epopeia de Camões enaltece o ser humano em geral e a sua capacidade de se transcender.

De facto, o Poeta propõe um modelo de herói – o Homem perfeito, aquele que reúne qualidades como a coragem física e que supera as adversidades que enfrenta. Mas o poeta realça que não são apenas força, coragem e espírito de sacrifício que fazem o herói, pois os padrões éticos, o amor ao bem comum, o conhecimento e a cultura têm um papel importantíssimo no que toca a alcançar um nível superior de humanidade.

Assim, ao longo da epopeia, nas considerações que tece, Camões ensina-nos a tornarmo-nos mais humanos. É o caso do Canto VI, em que aponta o que não devemos fazer nem ser. Não devemos, por exemplo, aproveitar-nos dos feitos de outros, pois a fama e a glória só são válidas se formos nós a conquistá-las, humildemente. Com efeito, não são os que nascem socialmente privilegiados que se consagram heróis, mas sim aqueles que lutam e que, apesar de todas as adversidades, nunca desistem.

Também no canto V o Poeta nos apresenta a sua ideologia de herói. Um herói tem de ser culto, interessar-sepelas artes e pela literatura – quebrar limites geográficos não basta, o Homem necessita de alargar também a dimensão cultural.

Em suma, a visão humanista e universal do Homem está bem presente n’ Os Lusíadas. Camões pretende que não só o rei D. Sebastião (a quem dedicou a epopeia), mas todos os homens da sua época e de épocas futuras se tornem maiores, mais humanos.
Inês Penas, 12º A

1 comentário:

Soledade disse...

Um belo texto, Inês :-)