23 de abril de 2024

ESTAVA NA PRAIA QUANDO...

 


      Estava na praia quando vejo a água a afastar-se, criando uma onda gigante, ou pior, um tsunami!  

     Como estava sozinha, deixei todas as minhas coisas e corri, sem parar. A onda estava cada vez mais perto, e eu com mais desespero. Havia uma enorme colina ao pé da praia e corri para ela. Subi, subi e subi, sem parar, cada vez com menos forças. Passado algum tempo, depois de subir aquela enorme colina, respirei fundo e olhei para trás. Quando olhei, congelei! Havia água por todo lado, por sorte não chegou ao cimo da colina. Ao longe, conseguia ver que o tsunami também tinha atingido a cidade. Estava tudo inundado, só se via água. Comecei a chorar. 

     Depois de algum tempo, apareceu um helicóptero que me avistou, porque eu estava no cimo da colina. Havia um espaço sem árvores, e o helicóptero aterrou ali. Subi e voámos para outra cidade.  

     Hoje, tenho 19 anos e sou jornalista. Nunca mais esqueci aquele momento. 

 

 

Ângela Pedro, 7º B                         

 Texto produzido no Clube de Escrita Criativa

 

 

 

13 de janeiro de 2024

A POLUIÇÃO NO MUNDO

 O Afonso Querido interpretou deste modo o cartoon do desenhador cubano Miguel Morales Madrigal. Bela leitura, Afonso.

Despir o passado, Miguel M. Madrigal, Cuba, 2023

Este cartoon, “Despir o passado”, de Miguel Morales Madrigal, apresenta um Mundo que está a sofrer com a poluição que todos nós fazemos.

O Mundo é apoiado por duas mãos, uma com tom de pele mais escuro, a outra com tom de pele mais claro. Por sua vez, o braço com a pele mais clara tem uma pulseira verde com laços de várias cores, sinal de esperança. Esta ideia parece permanecer pelo facto de o planeta Terra estar dividido em duas partes, uma com vida animal e vegetal, e a outra com a poluição causada pelos humanos. Na parte com vida, veem-se os continentes a verde e a água a azul. E na outra parte vê-se uma chaminé industrial que perfura uma manta e emana substâncias que prejudicam a vida. Também se pode ver uma ave a segurar algo no bico; mais em baixo um golfinho a furar a manta com o nariz; e por baixo dele um saco de plástico e uma garrafa a caírem do planeta.

No fundo da imagem, um céu azul com uma nuvem e um arco-íris reforça a ideia de que os seres humanos ainda estão a tempo de mudar o seu comportamento e salvar o planeta.

Na minha opinião, devíamos ter mais cuidado com as nossas ações, que têm vindo a fazer com que o Mundo possa perecer e, consequentemente, todos os seres vivos.   

Afonso Querido, 8.ºA

 

7 de janeiro de 2024

Sociedade e individualiamo

Convidada a observar e a analisar a pintura reproduzida abaixo, a Margarida Catarino escreveu esta apreciação crítica que, pelo carácter bastante pessoal da  interpretação e pela qualidade da escrita, decidimos partilhar no nosso blogue. Muito bem, Margarida!

George Tooker, 1956

A pintura apresentada, datada de 1956, foi produzida pelo pintor norte-americano George Tooker, e retrata o individualismo presente na sociedade.

No quadro podemos observar várias pessoas isoladas em cubículos. Verificamos que os seus rostos estão, na maior parte dos casos, apáticos, e alguns aparentam até estar a dormir. Os cubículos parecem estender-se para além do espaço representado na pintura, dando a ideia de não haver fim. A cor predominante é o vermelho, remetendo para a importância e a natureza alarmante do tema.

Esta é uma representação interessante do mundo atual, pois, apesar de vivermos em sociedade, há muitas experiências que só podem ser feitas individualmente. Em qualquer sociedade há leis e regras, e estas devem ser respeitadas, mas, tal como nesta pintura as pessoas estão todas juntas, porém separadas em diferentes cubículos, também nós vivemos em sociedade, mas temos perspetivas e pontos de vista diferentes uns dos outros, pois são as experiências de vida que fazem de nós quem somos. As nossas crenças são influenciadas pelo  ambiente em que nos inserimos e por aquilo a que somos expostos desde pequenos.

Assim, na imagem podemos ver uma metáfora da nossa sociedade actual, em que cada pessoa se encontra isolada no seu cubículo, isto é, nos seus pensamentos e nas suas convicções. Este isolamento é importante, pois é ele que nos torna únicos e originais,possibilitando assim uma sociedade variada e diversificada. Porém, se nos isolarmos de forma excessiva, isso pode ser prejudicial, já que o ser humano foi criado para viver em sociedade, para ajudar o outro e para ser ajudado, pelo que o excessivo isolamento e individualismo podem trazer  consequências muito negativas.

Em suma, a pintura de George Tooker é bastante agradável esteticamente, e é também interessante, pois apresenta um tema essencial, que deve ser discutido e analisado por todos nós.

Margarida Catarino, 12º D


24 de dezembro de 2023

É NATAL

Bem-aventurados os que promovem a paz, pois serão chamados filhos de Deus.

                                                                               Mateus, 5:9

Pintura de Nabil Anani, Palestina, Família de Belém,1925.

Neste solstício de inverno ele vai nascer
algures no Mundo entre ruínas
no lugar do não ser ele vai nascer
deitado nas palhinhas entre
bombas naufrágios minas
cada mulher que foge o traz no ventre
o mesmo coração um só destino
algures no mundo ele vai ser
em todos os meninos o menino.

                                                         Manuel Alegre

10 de dezembro de 2023

DISCREPÂNCIAS NA NOSSA SOCIEDADE

 A reflexão de uma aluna do 10º ano acerca das desigualdades que ainda afligem o nosso mundo. 

Eva Hesse, (1936-1970), escultora alemã 
 

Desde sempre houve discrepâncias na nossa sociedade, fosse em termos de raça, situação financeira e mesmo entre homens e mulheres.

A nossa sociedade evoluiu, mas nem sempre para melhor. Na Idade Média, as pessoas com mais pigmentação na pele eram feitas escravas, como se a cor da pele influenciasse as suas ações. As mulheres eram muitas vezes tratadas como seres inferiores aos homens, pelo simples facto de serem mulheres. Estas atitudes foram mudando, mas, na verdade, a discriminação continua lá.

É bastante comum ouvir-se falar nas notícias sobre casos de racismo, em que as pessoas são rebaixadas, gozadas. E há mesmo casos em que a discriminação é tão excessiva ao ponto de levar à morte da vítima, como nos Estados Unidos. No Afeganistão, o tipo de discriminação é diferente, as mulheres são desvalorizadas pelos seus próprios familiares e as suas competências postas em causa – são proibidas de sair de casa sem um acompanhante e é-lhes retirado o direito de estudar.

Concluo assim que, na atualidade, as pessoas de pele negra e as mulheres já conseguiram conquistar uma grande parte dos direitos de que se viram privadas, mas ainda há um longo caminho a percorrer!

10ºB

28 de novembro de 2023

VINTES DE CORAGEM

 Para nos arrancar um sorriso, neste 3ª feira tão húmida e cinzenta, partilhamos novamente um texto do Clube de Escrita Criativa da nossa escola. Desta vez é uma composição cheia de humor acerca das hesitações de uma aluna que se distrai durante a aula, perde uma informação importante e não sabe como há de resolver a situação. 

Como digo à stora que não estava atenta e não captei a resposta para a alínea b)? Será que irá ralhar comigo? Será que me marcará falta?

Estou tão indecisa… Vale a pena interromper a aula desta querida professora? Mas ela nem é antipática! E se eu estiver a ser ridícula? Vou desvalorizar. Aposto que ela apenas me olharia com um sorriso na cara e a resposta na língua. Mas e se não for o caso? E se ela me ridicularizar? A turma toda pensará que eu sou uma burra que nem a alínea de uma resposta aleatória consigo ouvir. Jamais trabalhariam comigo em trabalhos de grupo. Jamais falariam comigo. Ou pior… Apenas falariam comigo para me gozar, a mim e à minha burrice. Porque é que não prestei mais atenção?!

Meu Deus, sou tão inútil. Bem sabia que devia ter faltado hoje. Bem sabia que hoje não era um bom dia. Avisou-me, a minha mãe avisou-me! Ela avisou-me de que eu estava extra burra, hoje. Estou tão envergonhada! Ai, o que faço? Preciso da resposta, mas não posso perguntar. Será que pergunto aos meus colegas? Não! Não faças isso! Eles só gozariam mais. Talvez esteja a dramatizar a situação...

Ai, ai... Tenho de ir à casa de banho. Mas a aula mal começou. O que faço? Não posso pedir à stora. Como digo à stora que preciso de ir à casa de banho quando a aula acabou de começar? Ai. Tudo o que preciso são 20s de coragem.

Dina Datta